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Eleitora de Campo Grande (MS) quer Michelle fora da campanha

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Por GILBERTO MENEZES CÔRTES
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Publicado em 17/10/2024 às 19:57

Tem gente que não quer ver Michelle Bolsonaro no MS Foto: Beto Barata/PL

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro virou “persona non grata” na campanha eleitoral para a prefeitura de Campo Grande (MS), onde concorre à reeleição, com apoio de Michelle, a atual prefeita Adriane Modesto (PP-MS).

Pelo menos para a eleitora Gisele Mendonza Veiga, mãe do pequeno Carlos Augusto, que por ter nascido prematuro, de cinco meses, adquiriu várias deficiências e perdeu a vista esquerda.

Demagogia

No começo deste ano, em evento evangélico, conforme registro na TV, uma solícita Michelle saúda Gisele e seu “pequeno príncipe”, prometendo auxílio. Na ocasião, a mãe do menino atribuiu a perda da visão “à demora na fila do SUS”, tratada na edição como se fosse uma falha do governo Lula.

E a realidade

Os meses se passaram, e as mães carentes da capital de Mato Grosso do Sul, que têm em Gisele, conhecida como “Gi, Mãe Especial”, uma das lideranças ativas, perceberam que o SUS é uma rede de serviços hospitalares que envolve as prefeituras, os estados e a União.

No caso, a base é da prefeita de Campo Grande, que venceu o 1º turno com 31,67% dos votos contra Rose Modesto (União), com 29,56% dos votos. Nem as decisões judiciais para atendimento de internações e cirurgias na rede municipal, carente de fraldas e leite para crianças, foram atendidas pela prefeita.

Clima azedo na reta final

Resultado: na reta final para o 2º turno, no qual Adriane Lopes aparece com 48% das intenções de votos contra 41,6% para Rose Modesto, o movimento de repúdio das mães à atual prefeita azedou o ambiente e pode mudar o cenário até 27 de outubro.

“Gi, Mãe Especial”,  mandou esta semana um recado duro para Michelle Bolsonaro: “Oi Michelle, sabe aquela Gisele, mãe do príncipe Carlinhos e que você chamou de princesa, pois eu vou ser direta, não aparece por aqui, não”.

Rio Cidade ajudou mais Light que Net

Quando Cesar Maia era prefeito e iniciou, nos anos 90, o Rio Cidade, o amplo projeto de reformulação urbana nas principais ruas dos bairros, ele foi acusado de beneficiar a Net, pela transferência das linhas aéreas de telecomunicações e energia elétrica para o subterrâneo das calçadas, como a água e o esgoto e os encanamentos de gás natural da Naturgy.

Hoje, percebe-se, não apenas com as sucessivas agruras dos paulistanos e moradores de municípios atendidos pela Enel, quando vendavais derrubam árvores e deixam boa parte das cidades às escuras, que tanto quanto a Net e operadoras que vieram atrás (Vivo, Oi, Claro e TIM) que a Light também saiu ganhando.

Cariocas são atentos

Na verdade, se Adriana Calcanhoto está certa em dizer que “cariocas são atentos”, os moradores de bairros não contemplados pelo aterramento das redes de energia e telefonia já perceberam que ficam vulneráveis como os paulistas a caDa ventania mais forte. É o caso dos moradores na área do Itanhangá, junto à Barra da Tijuca, ou no Alto da Boa Vista, onde quedas de árvores deixam todos nas trevas.

Quando morei por mais de 40 anos na rua Barão da Torre, em Ipanema, fui acompanhando a morte prematura das acácias, árvores de madeira macia e malpodadas pela Light, que ora despencavam sobre a rede ou atingiam carros estacionados. Com o tempo, morreram todas, infectadas por brocas.

Quem cuida das árvores?

Árvores na natureza vivem mais de 100 anos. No solo urbano arenoso da Zona Sul, e cercadas por calçadas de cimento e pedra, vivem bem menos. As amendoeiras têm caído em ventanias nos primeiros quarteirões das transversais de Copacabana, Ipanema e Leblon.

A prefeitura tem de ficar atenta ao replantio das árvores. Algumas precisam ser substituídas antes de o pior acontecer.

De preferência por árvores que deem sombras e flores, como ipês, pau-ferro e pau-brasil. Que não sejam exóticas nem tenham queda de folhas no outono do Hemisfério Norte, de onde vieram, ou no outono carioca. Os garis agradecem desde já.

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