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Vídeo: Ulysses lembrou Rubens Paiva ao promulgar Constituição em 1988

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Por GILBERTO MENEZES CÔRTES
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Publicado em 07/01/2025 às 13:01

Alterado em 07/01/2025 às 13:12

O deputado Ulisses Guimarães Foto: CPDOC Jornal do Brasil ([email protected])

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No belo e incisivo discurso de mais de 30 minutos, de 5 de janeiro de 1988, quando, ao promulgar a Constituição Federal, na condição de presidente da Assembleia Nacional Constituinte, o saudoso deputado Ulysses Guimarães (MDB-SP) afirmou que “tinha ódio e nojo da ditadura”, ele fez também menção à prisão, tortura e assassinato, pelas forças repressivas do regime militar, do ex-deputado federal Rubens Beirodt Paiva, cuja ausência na família serviu de inspiração ao livro do filho, Marcelo Rubens Paiva, e foi base do roteiro do filme “Ainda estou aqui”, de Walter Moreira Salles Jr, que deu o Globo de Ouro à atriz Fernanda Torres.

Rubens Paiva, que era engenheiro, foi eleito deputado federal em 1962 pelo PTB de São Paulo. Cassado pelo AI-I, em 1964, se autoexilou com a família e empreendeu como empresário quando voltou ao Brasil menos de um ano depois e se radicou no Rio, numa casa na praia do Leblon.

Como mantivesse contatos com exilados, foi sequestrado em casa por grupo de seis homens que se diziam militares da Aeronáutica, e levado para as instalações do DOI-CODI, nas dependências do quartel do Exército, na Rua Barão de Mesquita, Tijuca, onde foi barbaramente espancado como tática para revelar nomes de contatos. Acabou não resistindo aos ferimentos e morreu, em janeiro de 1971.

Pois no final de seu candente discurso em que diz que “se pode divergir da Constituição, criticar a Constituição, mas descumpri-la, jamais”, Ulysses Guimarães defende o papel da nova Carta de resgatar o cidadão e a sociedade perante o Estado repressor e proclama:

“A sociedade foi Rubens Paiva, não os facínoras que o mataram”.

E foi fortemente aplaudido.

 

(Assista a essa parte do discurso no vídeo abaixo, no trecho 30:29)

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