JUSTIÇA

Após ser barrado, cacique Raoni ganha aplausos por conseguir entrar no STF para acompanhar Marco Temporal

Imprensa foi informada que o líder indígena teria se recusado a usar a pulseira de identificação

Por Gabriel Mansur
redacao@jb.com.br

Publicado em 30/08/2023 às 18:03

Alterado em 30/08/2023 às 18:04

Cacique Raoni acompanha votação do Marco Temporal no STF Foto: Mitã Xipaya /@CoiabAmazonia

Aos 90 anos, o cacique Raoni Metuktire, líder do povo Kayapó e conhecido internacionalmente pela luta por direitos indígenas, foi até o Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quarta-feira (30), para acompanhar o julgamento do Marco Temporal, retomado pela Corte após pedido de vista do ministro André Mendonça.

Mas, pouco antes de Mendonça iniciar seu voto, o líder indígena ainda estava do lado de fora do prédio. A assessoria do cacique informou que ele foi barrado na entrada. Inicialmente, os seguranças não souberam explicar o motivo pelo qual o barraram. Depois, foi informado à imprensa que o cacique se recusou a usar a pulseira de identificação, que permite o acesso ao STF, conforme havia sido acordado entre o Supremo e os movimentos indígenas. 

Após uma conversa entre a segurança e os representantes, o cacique foi liberado e entrou no plenário. Nesse momento, Raoni foi ovacionado poir militantes, que acampavam na praça dos Três Poderes. Veja o vídeo abaixo.

Povos originários de diversas partes do país fazem, desde o início da tarde, uma mobilização contra o Marco Temporal. De acordo com a tese, indígenas só têm direito às terras que já eram tradicionalmente ocupadas por eles no dia da promulgação da Constituição, em 5 de outubro de 1988.

Em Brasília, o grupo saiu do Museu Nacional da República, por volta das 13h30, em direção ao STF, onde estão reunidos em uma tenda para acompanhar o julgamento (veja fotos abaixo). Um grupo de cerca de 60 lideranças acompanha a votação no plenário da Corte.