Preservação e integração de comunidades locais para combater o desmatamento ilegal na Amazônia
Um ponto sem retorno. Os grupos ambientais advertem que, se as autoridades não agirem rapidamente, o alto grau de desmatamento na Amazônia alcançará um ponto crítico que impedirá a regeneração dos "pulmões do mundo". Os números são alarmantes: No ano passado, houve uma perda de 10.267 quilômetros quadrados de floresta na área brasileira da bacia amazônica. Este é o pior valor desde 2015 e representa um legado ambiental que terá consequências a longo prazo. É por isso que a promessa do Presidente Lula de eliminar completamente o desmatamento até 2030 é fundamental para o progresso rumo à conservação.
"Comprometo-me a retomar a liderança global do Brasil na mitigação das mudanças climáticas e no controle do desmatamento", disse o Presidente Lula durante o evento em que ele lançou as bases do Plano de Ação para a Prevenção e Controle do desmatamento na Amazônia (PPCDAm). Este pacto representa uma parte central da política ambiental do presidente e as suas ações baseiam-se no reforço da aplicação da lei contra os crimes ambientais, juntamente com outras medidas coordenadas através de diferentes ministérios.
Da Europa, eles celebram a nova etapa que começou no Brasil após a chegada de Lula. Não há dúvida sobre isso depois das palavras do Chanceler alemão, OLAF Scholz, que em sua visita a Brasília assegurou que "é uma boa notícia para o planeta que Lula esteja comprometido em combater as mudanças climáticas e a destruição da floresta tropical". A notícia mais celebrada para além da política ambiental foi o anúncio dos 200 milhões de dólares que a Alemanha destinará para projetos de preservação ambiental no Brasil.
Uma grande parte desses recursos irá para o Fundo Amazônico, uma ferramenta lançada pelo governo brasileiro para canalizar doações internacionais. A Alemanha, juntamente com a Noruega representam os principais contribuintes para este fundo. A sua reativação é uma grande notícia porque esta nova onda de ajuda permitirá, entre outras coisas, a concessão de empréstimos aos agricultores para reflorestar terras degradadas.
Por sua vez, esses fundos servirão para cuidar das comunidades indígenas em situações de emergência.
Outro país que tem mostrado seu apoio para atingir a meta de desmatamento zero até 2030 são os Estados Unidos. Há alguns meses, o presidente dos EUA, Joe Biden, anunciou um investimento de500 milhões de dólares para o Fundo Amazônico.
Como o presidente dos EUA declarou, este é um momento de grande perigo, mas também de grandes
possibilidades. Bem canalizados, esses recursos serão essenciais para atingir as metas estabelecidas no Acordo de Paris para o desmatamento zero. No entanto, estes não devem ser os únicos recursos para o avanço dos ambiciosos objetivos fixados. Novas abordagens e soluções inovadoras são necessárias para aproveitar ao máximo os recursos.
Dentro do panorama de abordagens inovadoras destaca-se o recente Projeto Mejuruá, uma iniciativa de redução de emissões provocadas pelo desmatamento e degradação Florestal (REDD), cujo objetivo é conservar a biodiversidade na grande floresta amazônica que se estende pelos municípios de Carauari, Juruá e Jutaí. Trata-se de uma iniciativa da população local na proteção da área. Este programa tem como alvo as famílias que vivem às margens do rio dentro do estabelecimento. O objetivo é envolver populações locais na vigilância florestal, para que possam proteger o seu espaço contra invasões e outras atividades ilegais.
Outro elemento central do projeto serão as iniciativas sociais que contribuirão para o desenvolvimento e a integração das comunidades, incluindo a comunidade de Carauarì composta por cerca de 30,000 habitantes e localizada nas proximidades da propriedade. Sem dúvida, essa abordagem holística de conservação baseada no respeito pela terra e seus habitantes servirá como um “farol” para outros projetos na região que não é apenas um território soberano do Brasil, mas também pertence a toda a humanidade.