POLÍCIA

Bolsonaristas golpistas planejaram raptar Lula e fizeram dossiê sobre armamento de seguranças

Polícia Federal recuperou informações que haviam sido apagadas por Mauro Cid, entre elas um dossiê detalhado para captura de Lula que previa confronto armado. Inquérito sobre a quadrilha golpista de Bolsonaro foi prorrogado por 60 dias

Por JORNAL DO BRASIL com Revista Fórum
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Publicado em 09/11/2024 às 08:13

Alterado em 09/11/2024 às 09:15

Resultado de buscas no telefone celular de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (foto) seria capaz de implodir o bolsonarismo, dizem fontes da Polícia Federal Foto: Alan Santos / PR/Divulgação

Por Plinio Teodoro - Informações recuperadas de arquivos eletrônicos que estavam em posse do tenente coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL) na Presidência, mostram detalhes do planejamento do golpe de Estado que previa o rapto de Lula e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.

As informações foram divulgadas por Thais Bilenky e José Roberto de Toledo no portal Uol nesta sexta-feira (8) e foram baseadas nas novas informações obtidas pela Polícia Federal (PF) após a recuperação dos arquivos deletados por Cid por meio de um software israelense.

A descoberta fez com que os investigadores ouvissem novas testemunhas, entre elas o ex-diretor da Abin, Alexandre Ramagem, e o general Nilton Diniz Rodrigues, que na época era coronel e se formou nas Forças Especiais do Exército - os chamados Kids Pretos, que participaram ativamente do golpe.

As novas informações mostram que os golpistas prepararam um dossiê detalhado com informações sobre a rotina de Lula, além de nomes e até armamentos dos seguranças do presidente, que tomou posse em 1º de janeiro de 2023.

"O planejamento do golpe previa, portanto, a abordagem e captura de Lula e de Moraes pelos golpistas", diz a reportagem do Uol, que teve acesso às informações.

A PF acredita que pelas informações levantadas havia, por parte dos golpistas, a previsão de um possível confronto armado com os seguranças de Lula e Moraes.

O ministro do STF teria autorizado a PF a prorrogar as investigações por mais 60 dias diante das novas evidências. Assim, o indiciamento de Bolsonaro e da organização criminosa golpista, previsto para este mês de novembro, só deve acontecer no início de 2025.

Novas condenações
Na terça-feira (5), o STF condenou mais 14 participantes dos atos golpistas do 8 de Janeiro, que não haviam aceitado o acordo de não persecução penal proposto pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

Essa nova leva incluía apenas golpistas que permaneceram no acampamento em frente ao quartel-general do Exército em Brasília durante os atos de terror na Praça dos Três Poderes e por isso foram condenados por crimes de menor gravidade.

Segundo Moraes, que teve voto acompanhado de todos os ministros - incluindo Kássio Nunes Marques e André Mendonça - essas pessoas sabiam previamente das ações e deram suporte à tentativa de golpe.

Eles foram condenados por associação criminosa, com um ano de cadeia, e incitação ao crime - por pedir intervenção de militares - com pena de multa de 10 salários mínimos.

Todos eles tiveram os passaportes retidos e terão que prestar 225 horas de serviços à comunidade.

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