POLÍTICA
À PF, Bolsonaro nega envolvimento em suposto esquema para fraudar cartão de vacina
Por GABRIEL MANSUR
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Publicado em 16/05/2023 às 19:17
Alterado em 16/05/2023 às 19:26
Em depoimento prestado à Polícia Federal nesta terça-feira (16), em Brasília, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que nunca determinou nem teve conhecimento da inserção de dados falsos no sistema ConecteSUS.
Ele foi ouvido no âmbito de um inquérito que investiga um suposto esquema de adulteração de cartões de vacinação que teria beneficiado o próprio ex-presidente, sua filha caçula, Laura, e o ex-ajudante de ordens, Mauro Cid, juntamente com seus familiares.
Acompanhado de seu advogado, Paulo Cunha Bueno, Bolsonaro ressaltou que não tinha motivos para envolver-se em tal esquema.
Durante o depoimento, Bolsonaro foi questionado sobre cada uma das pessoas envolvidas no caso, a fim de esclarecer a relação que tinha com elas.
Ele reafirmou que não tinha conhecimento do esquema e negou ter emitido ordens para acessar o sistema do Ministério da Saúde, onde os dados sobre a vacinação contra a Covid-19 foram inseridos e posteriormente retirados.
A defesa de Bolsonaro, além de alegar questões ideológicas antivacina, também enfatizou que ele não esteve presente no Palácio do Planalto nos dias em que seu cartão de vacina foi acessado no sistema do SUS por meio de um endereço IP da Presidência da República.
De acordo com aliados, a principal tese da defesa será negar qualquer relação com a adulteração dos cartões de vacinação.
Bolsonaro também abordou o caso de sua filha, explicando que ela viajou para os Estados Unidos sem estar vacinada, declarando-se assim no momento da entrada no país. Ele alegou que Laura possuía um laudo médico que justificava sua não vacinação.
A fraude
A investigação conduzida pela Polícia Federal tem como alvo suspeitos de inserir informações falsas no sistema de saúde entre novembro de 2021 e dezembro de 2022. O objetivo era permitir que os beneficiários emitissem certificados de vacinação fraudulentos para viagens aos Estados Unidos.
Ao longo do depoimento, Bolsonaro reafirmou que não tomou a vacina contra a Covid-19 e argumentou que não houve adulteração em seu cartão de vacinação, afirmando que nunca negou essa informação. A defesa do ex-presidente espera que ele não seja implicado no caso.
A investigação continua e outros depoimentos estão agendados, incluindo o do ex-ajudante de ordens Mauro Cid e sua esposa. A esperança por parte dos bolsonaristas é de que Cid não faça colaboração e assuma a culpa no esquema de inserção de dados fraudulentos sobre a vacinação.
A Polícia Federal segue apurando os fatos e coletando evidências para esclarecer as circunstâncias do suposto esquema de adulteração de dados no ConecteSUS.