POLÍTICA
Aprovação ao governo Lula cresce seis pontos entre os que ganham mais de cinco salários mínimos, revela Ipec
Por Gabriel Mansur
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Publicado em 09/06/2023 às 08:57
Alterado em 09/06/2023 às 11:49
Levantamento divulgado pela pesquisa Ipec, nesta sexta-feira (9), mostra que a aprovação ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cresceu seis pontos entre os que ganham acima de cinco salários mínimos por mês: o percentual de “bom” e “ótimo” oscilou de 30% para 36%.
Os eleitores que classificam a administração do petista como "boa" ou "ótima" passaram de 39% para 37% em relação a abril. Os que consideram a gestão “regular” eram 30%, e agora totalizam 32%.
O programa do governo para baixar o preço dos carros populares foi anunciado em 7 de junho, o último dia em que os pesquisadores do Ipec estiveram nas ruas. Portanto, só uma faixa residual dos entrevistados respondeu ao levantamento com essa notícia em mente - embora o plano de reduzir preços dos carros já estivesse espalhado.
“Essas oscilações podem decorrer de uma acomodação natural da avaliação do início de governo, do ajuste entre desejo e percepção. Além disso, apesar de termos alguns indicadores econômicos positivos recentemente, seus efeitos podem ainda não terem sido percebidos na prática pelos eleitores”, analisou a CEO do Ipec, Márcia Cavallari.
Com os resultados, o terceiro mandato do petista completa cinco meses com índice superior aos registrados no início dos governos de Jair Bolsonaro (PL), Michel Temer (MDB) e Fernando Collor de Mello (PTB). É o que aponta uma comparação entre a série histórica do Ibope Inteligência e o levantamento do Ipec, que reúne ex-executivos do instituto encerrado em 2021.
Histórico
Os números do Ibope apontam que, em julho de 1990, 33% consideravam o governo Collor ótimo ou bom, enquanto 20% o classificavam como ruim ou péssimo. A maioria dos entrevistados definia a então gestão como regular (45%).
Já Bolsonaro marcava 32% de avaliação positiva em 1º de junho de 2019. Tanto a avaliação negativa como regular somavam os mesmos 32%. Em abril, dois meses antes, a taxa de ótimo ou bom havia ficado em 35% e superava a de ruim ou péssimo (27%).
Já Temer tem o pior indicador da série histórica: apenas 13% consideravam seu governo ótimo ou bom em dezembro de 2016, quatro meses depois de assumir oficialmente a Presidência após o impeachment de Dilma Rousseff.
O desempenho de Lula no terceiro mandato fica atrás, por outro lado, dos primeiros mandatos de Fernando Henrique (42% de ótimo ou bom em junho de 1995), do próprio petista (43% em junho de 2003), e de Dilma (48% em julho de 2011), que tem o maior índice da série histórica do Ibope.
Reduto de confiança
No Nordeste, única região onde Lula teve mais votos que Jair Bolsonaro no segundo turno das eleições, a taxa de aprovação ao governo recuou de 55% para 45% desde abril.
Ainda assim, os moradores da região permanecem como o segmento que mais avalia a gestão Lula 3 como “boa” ou “ótima”. O maior percentual de avaliações “ruim” ou “péssima” foi registrado nas regiões Norte e Centro-Oeste: 33% — eram 21% há dois meses.
O eleitorado mais pobre, que vive mensalmente com até um salário mínimo, é o que mais aprova o governo Lula (43%), mas também nesse nicho houve variação negativa: eram 53% em abril.