Lula sobre Bolsonaro inelegível: É problema da justiça que não mexe com a tranquilidade do governo

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Por JORNAL DO BRASIL com Agência Estado

O presidente Lula

Thaís Barcellos - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou neste sábado que o julgamento que declarou o ex-presidente Jair Bolsonaro inelegível por oito anos é um "problema da Justiça" e não afeta a tranquilidade do governo.

Foi a primeira vez que Lula se pronunciou sobre a decisão desfavorável a seu oponente nas eleições de 2022. Bolsonaro foi condenado ontem (30) pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por abuso de poder político nas eleições do anos passado e ficará inelegível por oito anos.

"Isso é um problema da Justiça, não é problema meu. Ele sabe o que fez. Se ele acertou será recompensado, se errou, será julgado e punido. Esse é um problema da Justiça que não mexe com a tranquilidade do governo", disse após visitar o treino da seleção brasileira feminina de futebol, em Brasília.

Questionado se haverá troca no Ministério do Turismo essa semana, Lula desconversou e disse apenas que "quando fizer [mudança], vocês vão saber". Há expectativa pela mudança no comando da pasta, hoje liderada pela ministra Daniela Carneiro, para o deputado federal Celso Sabino no lugar.

BOLSONARO DIZ QUE MICHELLE AINDA É INEXPERIENTE PARA A POLÍTICA

Levy Teles - Após ficar inelegível por oito anos por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que a esposa, Michelle Bolsonaro (PL), ainda é inexperiente para a política.

“Ela (Michelle) não tem experiência para enfrentar o dia a dia de uma política bastante violenta com um sistema bastante ativo no Brasil”, disse Bolsonaro na noite desta sexta-feira, 30, ao chegar em Brasília.

Nas eleições de 2022, Michelle agiu como cabo eleitoral do ex-presidente, especialmente em comícios evangélicos. O desempenho dela chamou a atenção de lideranças partidárias do PL, que pensam nela como uma possível candidata à Presidência em 2026.

O ex-presidente desembarcou na capital federal, após cumprir agenda em Belo Horizonte. Em Minas Gerais, Bolsonaro disse que a decisão do TSE que o tornou inelegível por 5 votos a 2, foi uma “punhalada nas costas”.

Em Brasília, Bolsonaro fez ataques ao PT, à esquerda, defendeu o voto impresso e seguiu o mesmo roteiro de falas nos últimos dias. “Os Três Poderes tem amor pelo Lula”, afirmou Bolsonaro.

O ex-presidente foi recebido por quatro apoiadores no aeroporto e fez imagens com eles. “Lá vai o imbrochável”, disse um deles, que fazia um vídeo no telefone. O carro de Bolsonaro falhou por algumas vezes na ignição antes de partir.

Agora, o ex-presidente espera “não fazer nada no final de semana”. Ele evitou especular nomes de sucessores e disse que ainda espera que “Johnny Bravo” - ele, no caso - seja candidato em 2026.

Julgamento no TSE

O Tribunal Superior Eleitoral formou um placar de 5 votos a 2 para enquadrar o ex-chefe do Executivo por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação em razão da reunião em que atacou as urnas eletrônicas diante de diplomatas no ano passado, no período pré-eleitoral.