PF intima Bolsonaro para depor mais uma vez, agora no caso dos empresários golpistas

Mais cedo, a Polícia Federal encontrou no celular de Meyer Joseph Nigri, fundador da Tecnisa, uma ordem de Bolsonaro para disparo de fake news

Por GABRIEL MANSUR

Jair Bolsonaro

Após vazar a ordem de Jair Bolsonaro (PL) para o disparo de fake news sobre urnas e pesquisas eleitorais, a Polícia Federal (PF) intimou o ex-presidente a depor dentro do inquérito que apura o caso de empresários que discutiram golpe de Estado em mensagens de WhatsApp. A PF prevê a oitiva do ex-capitão para o próximo dia 31, mas a defesa dele quer acesso aos autos da investigação antes. A informação é do blog Julia Duailibi, no g1.

Desde que deixou a Presidência, Bolsonaro foi ouvido pela PF em outras quatro ocasiões:

Em 5 de abril, na investigação sobre as joias sauditas;
Em 26 de abril, no inquérito sobre os atos golpistas de 8 de janeiro;
Em 16 de maio, sobre a suspeita de fraude em cartões de vacinação contra Covid-19;
Em 12 de julho, na apuração sobre suposto plano de golpe de Estado, denunciado pelo senador Marcos do Val (Podemos-ES).

O caso foi revelado no ano passado pelo portal Metrópoles. Por meio de WhatsApp, um grupo de oito empresários defendia um golpe de Estado caso o então candidato Lula vencesse as eleições.

Nesta segunda-feira (21), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), arquivou as denúncias contra seis dos oito suspeitos: Afrânio Barreira Filho (Coco Bambu), André Tissot (Sierra Móveis), Ivan Wrobel (W3 Engenharia), José Isaac Peres (Multiplan), José Koury (Barra World Shopping) e Marco Aurélio Raymundo (Mormaii).

Moraes, no entanto, concedeu à PF mais 60 dias para que sejam feitas diligências em relação a Luciano Hang e Meyer Joseph Nigri. Foi no celular de Nigri que a corporação encontrou a ordem de Bolsonaro para o disparo de fake news. A apuração em relação a ambos está mantida para apurar o conteúdo do celular de Hang e um possível vínculo com o ex-presidente Jair Bolsonaro, segundo a PF.