POLÍTICA

Deputado Delegado Da Cunha é acusado de espancar companheira até ela desmaiar

Conforme boletim de ocorrência feito pela vítima, o crime aconteceu no apartamento onde o casal mora, em Santos; parlamentar estaria alcoolizado

Por Gabriel Mansur
[email protected]

Publicado em 17/10/2023 às 21:29

Alterado em 17/10/2023 às 21:38

Betina e Da Cunha mantinham relação estável há três anos Foto: Reprodução

Violência doméstica, lesão corporal, injúria e ameaça. Esses são os crimes que o deputado federal Carlos Alberto da Cunha (PP-SP), conhecido como Delegado da Cunha, teria cometido contra sua companheira, a nutricionista Betina Grusiecki, na madrugada do último domingo (15). Ele nega as acusações.

Conforme boletim de ocorrência, o crime aconteceu no apartamento onde o casal mora, no bairro Aparecida, em Santos, litoral de São Paulo. A mulher, de 28 anos, relatou à Polícia Civil que tem união estável com o deputado há três anos. De acordo com o depoimento dela às autoridades, Da Cunha começou uma discussão após consumir bebida alcoólica no sábado (14) e, em determinado momento, passou a xingá-la de “lixo” e “putinha”, dizendo que ela não “servia para nada”.

Sob efeito do álcool, ele teria empurrado a cabeça da namorada contra a parede, ao mesmo tempo em que apertava seu pescoço, fazendo ela perder a consciência. Ao acordar, Betina falou que o deputado veio em sua direção para agredi-la e, em legítima defesa, jogou um secador nele.

O deputado voltou a bater a cabeça da companheira contra a parede e fez ameaças. “Vou encher de tiros a sua cabeça, vou te matar e vou matar sua mãe”, teria dito Da Cunha, antes de quebrar o óculos e jogar cloro nas roupas da mulher, segundo o boletim de ocorrência.

Com medo, ela pediu uma medida protetiva contra Da Cunha. O caso foi registrado no 3º Distrito Policial (DP) de Santos e será investigado pela Delegacia de Defesa da Mulher do Município (DDM).

O outro lado

Em nota para A Tribuna, o deputado refutou a acusação de que tenha agredido sua companheira. Segundo sua assessoria, houve uma confusão ao longo da comemoração do seu aniversário. “Mas, em nenhum momento, ocorreu qualquer tipo de violência física de sua parte”. A defesa assegurou que os fatos ficarão comprovados durante o inquérito policial.

Histórico de polêmicas

Em 2022, Da Cunha foi eleito deputado federal por São Paulo, sendo o 24ª candidato mais votado. Ele contabilizou 181.568 votos pelo Progressistas.

O delegado começou a fazer sucesso na internet com vídeos que mostram operações policiais e o dia-a-dia dos agentes. Em 2021, ele relatou em seu canal no YouTube que tinha sido afastado das ruas e teve que entregar as armas e distintivo por conta de uma declaração feita durante participação em um podcast com o vereador e ex-PM Gabriel Monteiro (PSD).

Na ocasião, ele falou "que há grande corrupção no alto escalão da PM do Rio de Janeiro". Em seguida, ele falou que há ratos dentro da Polícia.

No mesmo ano, ele pediu licença de dois anos da Polícia Civil e, pouco tempo depois, confessou publicamente que encenou o vídeo do flagrante de um sequestro em uma comunidade da capital paulista, em julho de 2020. Neste ano, a arma e distintivos de Da Cunha foram devolvidos ao deputado.

Tags: