Após ação da Polícia Federal, bancada de deputados bolsonaristas avalia atrapalhar votações em protesto

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Por POLÍTICA JB com Agência Estado

Pedido seguirá para despacho do presidente Arthur Lira

Dono da maior bancada de deputados e com um número expressivo de senadores, o PL já discute internamente adotar uma postura de atrapalhar as próximas votações no Congresso como protesto pela ação da Polícia Federal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados diretos, incluindo o presidente do partido, Valdemar Costa Neto, que foi preso. Com 96 deputados e 14 senadores, o PL tem força suficiente para impedir votações importantes. Mas esse poderio se dilui significativamente se houver interferência do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que tem ascendência sobre uma parcela entre 20 e 30 deputados do PL que integram o grupo do Centrão.

Integrantes do PL disseram à coluna Jogo Político, do Estadão, que essa reação de protesto é possível e pode receber a adesão de outros parlamentares bolsonaristas que são de outros partidos, como Novo, Republicanos e União, por exemplo. Mas lembram, em caráter reservado, que a situação ainda está muito recente e que nada será votado no Congresso até a volta do feriado do Carnaval. Então, essas articulações de reação ainda serão bastante discutidas.

Com o presidente da Câmara Arthur Lira em rota de colisão com o governo, o protesto do grupo bolsonarista pode até pegar tração extra. Do lado governista, existe a expectativa que a relação com Lira melhore, com a reabertura de diálogo sobre a execução orçamentária e a liberação de emendas que estão represadas. Quanto ao PL, os líderes governistas lembram que nunca contaram com a bancada bolsonaristas, mas têm conseguido sempre receber votos de dissidentes de dentro do partido. Existe a avaliação de que há parlamentares que dependem muito de parcerias com o governo da vez para fazerem suas políticas regionais. Esse grupo é visto como sendo indiferente às crises decorridas por disputas ideológicas ou por investigações.