Lula: Farei qualquer ajuste fiscal necessário, não quero gastar mais do que Brasil ganha

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Por POLÍTICA JB com Agência Estado

Presidente Lula durante cerimônia de anúncios de investimentos do Governo Federal para Minas Gerais, em Belo Horizonte

Gabriel Hirabahasi e Sofia Aguiar - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva repetiu as críticas feitas mais cedo nesta sexta-feira, 28, contra as sugestões de um ajuste fiscal em relação ao salário mínimo. Disse que “nunca” fará um ajuste fiscal “em cima do povo trabalhador e pobre”, mas ressaltou que fará “qualquer ajuste necessário, porque não quero gastar mais do que a gente ganha”.

“Agora mesmo estão dizendo que é importante ter preocupação e fazer ajuste fiscal porque o salário mínimo está ficando alto. Que salário mínimo alto? É o mínimo. Eu farei qualquer ajuste necessário, porque não quero gastar mais do que a gente ganha, mas não será nunca em cima do povo trabalhador e pobre”, afirmou.

As cobranças por um ajuste fiscal não passam, porém, pelo reajuste do salário mínimo em si, mas pelo fato de esse valor estar atrelado a outros benefícios, como o BPC (benefício a idosos de baixa renda e pessoas com deficiência), por exemplo.

RESPEITO A VICE-GOVERNADOR

O presidente pediu que seus apoiadores respeitem adversários políticos, como o vice-governador de Minas Gerais, Mateus Simões (Novo), que foi alvo de vaias durante evento promovido pelo governo federal. Em evento em Belo Horizonte nesta sexta-feira, 28, Lula disse ter sido eleito para “mostrar civilidade”.

“Queria pedir a compreensão de vocês. Quando vou a um Estado, faço questão de convidar as autoridades a participarem dos eventos. Vocês me elegeram para mostrar civilidade. O vice-governador não está aqui só porque quer, está porque nós os convidamos. Como somos gentis, temos que respeitar quem vem na nossa casa”, disse.

A “puxada de orelha” de Lula aconteceu porque apoiadores presentes no local do evento vaiaram o vice-governador quando o gestor estadual foi anunciado para discursar na cerimônia. Durante a fala de Simões, o chefe do Executivo federal permaneceu em pé ao lado do vice-governador, em sinal de respeito.

No discurso, Simões afirmou que o governo de Minas Gerais e o governo federal ainda têm “muito a construir em conjunto”, citando o acordo de dívida do Estado. “A cada momento, em todos os instantes, o senhor [Lula] contará em Minas Gerais com um ambiente aberto ao diálogo e para a construção”, disse o vice-governador.

Lula anunciou, nesta sexta, uma série de investimentos do governo federal em Minas Gerais. Participaram da cerimônia o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), além de vários ministros, entre eles Alexandre Silveira (Minas e Energia), Margareth Menezes (Cultura), Camilo Santana (Educação), Jader Filho (Cidades) e Renan Filho (Transportes).