POLÍTICA

Ameaçada de morte, deputada Talíria Petrone tem audiência com Cármen Lúcia, no TSE

Apoiada por Paula Lavigne e Manu D'Ávila, deputada federal do PSOL cobrou avanço nas investigações contra as ameaças de morte que sofre há oito anos

Por POLÍTICA JB
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Publicado em 13/09/2024 às 07:32

Alterado em 13/09/2024 às 07:38

A deputada Talíria Petrone, de azul, com a empresária Paula Lavigne, a ministra Cármen Lúcia e a escritora e ex-deputada Manu D'Ávila, no TSE, em Brasília Foto: divulgação

A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Cármen Lúcia, recebeu a deputada federal Talíria Petrone para tratar de suas ameaças e denúncias, nessa quarta-feira (11), em Brasília. A violência política e os discursos de ódio são duas das prioridades da ministra à frente do TSE.

“Esse encontro é um grande avanço para a nossa democracia. Estamos aqui para que nenhuma outra mulher seja intimidada e tenha a sua caminhada interrompida por qualquer tipo de violência. A ministra Cármen Lúcia se esforça muito para que o TSE compreenda a violência política de gênero e raça. Eu me sinto esperançosa por um futuro de paz na política e também me sinto muito honrada por ter o apoio de dos ícones de luta na política que são Paula e Manu”, garante a autora da Lei Mães Cientistas, que novamente foi eleita como uma das melhores parlamentares do Brasil pelo Prêmio Congresso em Foco de 2024.

Parlamentar mais ameaçada do país pelas redes sociais, segundo levantamento da Universidade Federal Fluminense (UFF), Talíria foi acompanhada pela empresária Paula Lavigne e pela escritora Manuela D'Ávila. Ambas estão mobilizadas em defesa da candidata à Prefeitura de Niterói.

"O caso da Talíria, que sofre violência nos últimos anos persistentemente e atinge também aos filhos dela, é um caso emblemático de como o Brasil trata as suas parlamentares e as suas candidatas. Hoje Talíria é a mulher na linha de frente que recebe o maior número de ameaças e vive em um Estado que, lamentavelmente, tem uma condição muito tensa. É um Estado ocupado pela milícia. É um Estado que Marielle foi executada e, mesmo assim, Talíria não teve ainda suas ameaças elucidadas. Hoje foi um passo importante para se fazer justiça por Talíria e mostrar para todas as mulheres que a gente está na luta para proteger a nossa presença nos espaços público", assegura Manuela D'Ávila.

Na última segunda (9), a deputada se reuniu com o presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ), desembargador Henrique Figueira, com o objetivo de tratar das ameaças. No encontro, o presidente do TRE-RJ se comprometeu a acompanhar o trabalho dos órgãos de investigação. O desembargador também prometeu acionar a polícia local quando casos de intimidação de milicianos voltarem a se repetir – a equipe de Talíria e de outras candidaturas têm registrado episódios em que foram proibidas de fazer campanha em algumas áreas da cidade de Niterói.

Há oito anos, a deputada registra dezenas de casos de ameaça e ataques, sem que nenhuma investigação tenha avançado até o momento. Nesse período, ela recebeu planos de morte de milicianos do Rio e sofreu ataques online de grupos de ódio. A última intimidação, recebida em seu e-mail oficial no fim de julho, descrevia toda rotina pessoal da parlamentar, mencionava seus dois filhos e exigia sua desistência da vida política para não acabar “furada” como Marielle Franco.

Ministra em Niterói

Neste sábado (14), a deputada federal e candidata à Prefeitura de Niterói, Talíria Petrone (PSOL), recebe a ministra dos Povos Indígenas.

O evento acontece, a partir das 9h, no Campo de São Bento, em Icaraí. Após o encontro, a líder indígena maranhense se reunirá com a parlamentar e ambientalistas da cidade.

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