POLÍTICA

Boulos leva multidão à Paulista no último ato com Lula antes do 1º turno

Ministras Marina Silva (Meio Ambiente) e Sonia Guajajara (Povos Indígenas), primeira-dama Janja, deputada Luiza Erundina e outras lideranças políticas marcam presença no ato do candidato do PSOL

Por POLÍTICA JB com Revista Forum
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Publicado em 05/10/2024 às 19:25

Alterado em 05/10/2024 às 19:25

Lula no ato de campanha de Boulos na avenida Paulista com Marta Suplicy, Janja, Marina Silva e Luiza Erundina Foto: Ricardo Stuckert/Divulgação

Por Ivan Longo - Guilherme Boulos (PSOL), candidato do PSOL à prefeitura de São Paulo, e sua candidata a vice, Marta Suplicy (PT), reuniram uma multidão na avenida Paulista, neste sábado (5), na "Caminhada da Vitória", o último ato de campanha da chapa antes do primeiro turno da eleição, que será realizado neste domingo (6).

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a primeira-dama Janja participaram do evento. Ministras como Marina Silva (Meio Ambiente) e Sonia Guajajara (Povos Indígenas), a deputada federal Luiza Erundina e outras lideranças políticas também marcaram presença.

O repórter da Fórum Luiz Carlos Azenha acompanhou o ato no local e informou que, ainda na concentração, cerca de 4 mil pessoas já estavam reunidas na avenida Paulista – entre elas representantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Central Única dos Trabalhadores (CUT) e militância do PSOL e PT. Segundo Azenha, foi forte a presença de moradores das periferias de São Paulo.

"Vamos ganhar! Vamos ganhar!", gritava Boulos em um carro aberto ao lado de Lula e Marta Suplicy.

Recado a Marçal

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva mandou um recado a Pablo Marçal (PRTB) durante o ato.

A declaração de Lula – que não citou o nome de Marçal, mas fez referência direta a ele – veio após o coach de extrema direita falsificar um laudo médico para tentar associar Boulos ao uso de cocaína. O candidato do PSOL acionou a Justiça pedindo a prisão de Marçal pelo crime e apresentou ação contra o candidato do PRTB., ainda, na esfera eleitoral.

"É importante que a Justiça leve em conta que não podemos mais fazer campanha com alguém que só sabe provocar e mentir. Quando o povo vai votar com base em mentiras, é mais difícil. A vitória do Boulos será uma vitória da civilidade e da verdade", disse Lula. "O povo já sabe quem não sabe governar. Quem só fala bobagem e mentiras", afirmou ainda o presidente.

Ato na Paulista
Ao chegar na avenida Paulista, Guilherme Boulos mostrou que o laudo mentiroso de Pablo Marçal (PRTB) sobre uso de cocaína já caiu e convocou a militância a ocupar as ruas na véspera da votação que deve levá-lo ao segundo turno da disputa à prefeitura de São Paulo.

"Chegando aqui na avenida Paulista, presidente Lula também acabou de chegar. O que eu queria dizer para vocês é o seguinte: vocês viram que a farsa foi desmascarada, caiu. Caiu a farsa e já está mais do que comprovado o jogo baixo. O que a gente precisa fazer agora é compartilhar a verdade, para que circule mais que a mentira. E a partir de agora é ânimo, é rua, é pedir votos. Esse é nosso foco. Não vamos deixar que nenhuma mentira, nenhuma fake News tire a gente da nossa missão", disse Boulos.

Em seguida, Boulos e Lula cumprimentaram apoiadores e se dirigiram para a Paulista. No ato, o candidato do PSOL reuniu figuras históricas do campo progressista.

Laudo falsificado
O laudo, toscamente falsificado, afirmava que Boulos teria sido internado em 2021 após um surto psicótico causado pelo uso de drogas.

No entanto, o documento apresenta vários erros que comprovam sua falsidade: o nome do médico que supostamente o assina é de um profissional já falecido, o RG de Boulos está incorreto, e o papel timbrado pertence a uma clínica cujo dono é apoiador de Marçal, já condenado por falsificação de diploma de medicina.

Além disso, na data indicada no laudo, Boulos estava na favela do Vietnam, em São Paulo, distribuindo cestas básicas — fato comprovado por vídeos, fotos e publicações em redes sociais.

"O documento publicado por Pablo Marçal é falso e criminoso e ele responderá e arcará com as consequências em todas as instâncias da Justiça – eleitoral, cível e criminal. Uma atitude inaceitável de quem prova não ter limites em sua capacidade de mentir (...) Marçal pagará pelos seus crimes", diz nota oficial da campanha de Guilherme Boulos.

Ao menos 4 crimes
Pablo Marçal, ao divulgar um laudo médico falso associando Guilherme Boulos ao uso de cocaína, pode estar cometendo vários crimes, que podem lhe render até 5 anos de prisão, e infrações eleitorais. Confira abaixo.

Crimes:

Falsificação de documento particular (art. 298 do Código Penal): A criação ou divulgação de um laudo médico falso pode configurar falsificação de documento, um crime punido com reclusão de um a cinco anos e multa.

Calúnia (art. 138 do Código Penal): Acusar falsamente alguém de um crime, como o uso de drogas, é considerado calúnia. A pena prevista é de seis meses a dois anos de detenção, além de multa.

Difamação (art. 139 do Código Penal): A difamação ocorre quando se divulga informação que ofende a reputação de outra pessoa, mesmo que seja falsa. A pena é de três meses a um ano de detenção, mais multa.

Falsidade ideológica (art. 299 do Código Penal): A inclusão de informações falsas em documento, como o uso do CRM de um médico falecido, também pode ser enquadrada como falsidade ideológica, com pena de um a cinco anos de reclusão.

Crimes na esfera eleitoral:

Divulgação de fatos sabidamente inverídicos (art. 323 do Código Eleitoral): A divulgação de informações falsas para influenciar o eleitorado, como a alegação de que Boulos teria usado cocaína, pode configurar crime eleitoral. A pena para esse crime é de dois meses a um ano de detenção, ou pagamento de 120 a 150 dias-multa.

Propaganda eleitoral falsa (Lei nº 9.504/1997, art. 57-H): A divulgação de fatos inverídicos nas redes sociais para atingir adversários políticos também pode configurar crime de propaganda eleitoral falsa, sujeitando o infrator a multas e sanções.

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