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Impedido de ir a Kazan para cúpula do Brics por recomendação médica, Lula terá telefonema com Putin

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Por POLÍTICA JB
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Publicado em 22/10/2024 às 05:02

Alterado em 22/10/2024 às 14:19

Lula e Putin em 2003 (arquivo) Foto: Presidência da República

Notícia atualizada às 12h50

Presidente Lula conversa por telefone com presidente russo Vladimir Putin

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu na manhã dessa terça-feira (22), às 10h (horário de Brasília), um telefonema do presidente russo, Vladimir Putin. O telefonema durou cerca de 20 minutos, informou o Planalto.

Na nota, é informado que Putin quis saber do estado de saúde de Lula, e lamentou que ele não pôde ir à Cúpula do Brics devido a um acidente sofrido no sábado (18). O presidente brasileiro também lamentou não poder comparecer à cúpula, diz o comunicado.

Por fim, a notícia do afirma que "serão feitos os arranjos para a participação dele [Lula] na reunião por videoconferência".

Em Kazan, ao se encontrar com seu homólogo chinês Xi Jinping, Putin disse a Xi que tinha acabado de "encerrar uma conversa com o presidente do Brasil, senhor Lula. Como você sabe, por motivos médicos, ele teve que ficar em casa, ele lamenta muito não poder vir pessoalmente, pretende trabalhar conosco amanhã [23] em modo de vídeo", afirmou o presidente russo.

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Notícia veiculada às 5h02

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fará um telefonema nesta terça (22), às 9h30, para o presidente russo, Vladimir Putin. A conversa acontece no primeiro dia da cúpula do Brics.

Por conta de um acidente doméstico que ocasionou uma lesão na cabeça, Lula recebeu recomendações médicas para evitar voos longos neste momento, como o que o levaria a Kazan para participar presencialmente do evento.

Dessa forma, o presidente participará do certame por videoconferência. Quem estará presencialmente em Kazan, e já desembarcou na cidade russa, é o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, que é o chefe da delegação brasileira.

A 16ª cúpula do Brics será a primeira com os dez membros do bloco, já que no início do ano, além de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, o agrupamento passou a ser integrado também por Irã, Etiópia, Egito, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos.

Brasil é contra as sanções à Rússia, entre os 2 países não há hostilidade, diz Amorim

As sanções contra a Rússia não são um instrumento eficaz de influência e não vão dar resultado, disse Celso Amorim, assessor especial da Presidência do Brasil para assuntos internacionais, em entrevista à mídia alemã às vésperas da cúpula do Brics em Kazan.

Um jornalista alemão perguntou se o Brasil apoiava a imposição de medidas restritivas contra a Rússia.
Amorim respondeu que seu país não compartilha da opinião do Ocidente sobre essa questão, apontando para as relações amistosas e a ausência de hostilidade entre o Brasil e a Rússia.

"Temos relações normais com a Rússia. Somos contra as sanções", enfatizou Amorim.

Ao discutir a possível eficácia das sanções impostas à Rússia, ele chamou a atenção de seu interlocutor para o fato de a Europa Ocidental ser a que mais sofre com elas, enquanto a economia da Rússia está crescendo.

"Hoje em dia, os EUA vendem combustível e gás caros para os europeus ocidentais, que precisam ser transportados por mar. Costumava ser mais barato por meio de um gasoduto da Rússia", indicou.

A 16ª Cúpula do Brics será realizada em Kazan, desta terça (22) a quinta (24). Trinta e dois países confirmaram sua participação no evento, 24 dos quais serão representados por chefes de Estado.

Aleksei Pushkov, chefe da Comissão de Política de Informação e Relações com a Mídia do Conselho da Federação (câmara alta do parlamento) da Rússia, disse que o crescente interesse na cúpula entre os líderes de vários países indica uma perda de fé nos "ideais" ocidentais.

Novo Banco de Desenvolvimento do Brics é uma instituição financeira boa e promissora, diz Putin


Dilma e Putin em encontro na Rússia Foto: Sputnik / Kristina Kormilitsyna

O presidente russo Vladimir Putin chamou o Novo Banco de Desenvolvimento do Brics, comandado pela ex-presidente brasileira, Dilma Rousseff, de "instituição financeira boa e promissora" em um encontro em Kazan às margens da cúpula do Brics.

O presidente russo lembrou que o banco financiou mais de 100 projetos em um total de US$ 33 bilhões (R$ 187,75 bilhões) desde 2018.

"Apreciamos muito o que a senhora fez no último ano. Em geral, esta é uma instituição financeira promissora e em bom desenvolvimento", disse Putin a Rousseff.

O crescimento das transações nas moedas nacionais dos países do Brics vai possibilitar uma maior independência financeira dos Estados e a redução dos riscos geopolíticos, afirmou o presidente Putin.

Dilma disse que a reunião do Brics é importante, já que os países do Sul Global necessitam bastante de financiamento, enquanto as condições de obtenção de créditos são bastante complexas.

O Brics é uma associação interestatal criada em 2006. A Rússia assumiu a presidência do Brics em 1º de janeiro de 2024.

O ano começou com a entrada de novos membros na associação: além da Rússia, Brasil, Índia, China e África do Sul, o Brics agora inclui o Egito, Etiópia, Irã, Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita.

O principal evento da presidência russa é essa 16ª Cúpula do Brics em Kazan, que começa hoje.

(com Sputnik Brasil)

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