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G20: Trump nos EUA traz dificuldade para algumas pautas, como mudanças climáticas, diz ministro

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Por POLÍTICA JB com Agência Estado
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Publicado em 18/11/2024 às 06:55

Alterado em 18/11/2024 às 08:00

Donald Trump Reuters

Por Daniel Tozzi Mendes - O retorno de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos pode trazer dificuldade para o andamento de algumas pautas caras ao Brasil - que neste ano preside o G20 -, como o combate às mudanças climáticas, disse há pouco o ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Paulo Pimenta.

"É evidente que Donald Trump é uma figura que traz algumas dificuldades para algumas pautas, como a mudança climática. Mas nós vamos pautar nossa relação com os Estados Unidos a partir daquilo que são nossos interesses estratégicos, do ponto de vista econômico e social", disse Pimenta, em entrevista ao programa "Giro Social", do Canal Gov.

 


Ministro Pimenta Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

 

Ele contemporizou, porém, que parte desse discurso de Trump em relação ao clima pode ser mais uma retórica de campanha política do que se reverter propriamente em ações concretas.

O ministro destacou ainda que tem expectativa de que os "esforços internacionais" se consolidem daqui para a frente, e que o andamento de pautas importantes discutidas pelo G20 não podem "ficar reféns" de eventuais posicionamentos isolados, como o dos EUA ou da Argentina, que deve se recusar a assinar a resolução do grupo neste ano. "Quem adotar uma conduta dessa natureza tende a ir para uma posição de isolamento, porque o mundo hoje está muito multilateral", pontuou.

Na avaliação do ministro, contudo, "é muito difícil" para o presidente dos EUA negar a urgência de se discutir a questão climática. Primeiro, porque, segundo ele, esse desequilíbrio ambiental tem avançado cada vez mais e já está presente no dia a dia das pessoas. "E há uma tendência mundial de que essas questões vão interferir cada vez mais nos aspectos relativos às exigências de mercado. Mesmo conglomerados econômicos dos Estados Unidos terão muita dificuldade para fazer com que seus produtos sejam vendidos em outras regiões do planeta se não se adaptarem."

Falta de espaço

Na entrevista, Pimenta também avaliou que "falta espaço" para países da África e da América Latina em fóruns de discussões globais. Para ele, eventos organizados pela ONU que não contam com esses países têm se demonstrado "insuficientes".

"É possível imaginar hoje, o mundo sem que um fórum de relevância internacional como esse não tenha nenhum país da África, ou da América Latina? É possível discutir o futuro da humanidade sem que esses países tenham um espaço de relevância? Evidente que não", questionou.

Na avaliação do ministro, questões como a composição e o papel do Conselho de Segurança da ONU no mundo também precisam ser discutidos. Ele lembrou, por exemplo, que a maioria das guerras e conflitos que acontecem hoje no mundo contou com a "participação direta" de países que compõem o Conselho de Segurança da ONU.

Assim, para ele, é importante que o Brasil volte a ter um papel de protagonismo na diplomacia internacional, posição que, segundo ele, ficou bastante prejudicada durante o governo de Jair Bolsonaro. "O presidente da República era uma figura totalmente opaca, ausente dos fóruns internacionais. E agora, com Lula, nós recuperamos esse protagonismo, esse prestígio".

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