POLÍTICA
Vladimir Palmeira faz 80 anos e recebe homenagem dos amigos
Por POLÍTICA JB com Agenda do Poder
[email protected]
Publicado em 15/12/2024 às 15:11
Alterado em 15/12/2024 às 15:24
.
Por Marcelo Macedo Soares - Não é à toa que o ex-ministro José Dirceu se refere a Vladimir Palmeira como “eterno líder”. Um dos quadros mais importantes do PT, o político reuniu nomes de peso do partido por conta de seus 80 anos, em seu apartamento na Tijuca, Zona Norte do Rio.
Além de Zé Dirceu, também passaram por lá o deputado federal e prefeito eleito de Maricá, Washington Quaquá, atual vice-presidente nacional do partido, e seu filho Diego Zeidan, cotado para assumir a Secretaria Municipal de Habitação do Rio.
Vladimir Palmeira liderando movimento estudantil nos anos 60 Foto: Evandro teixeira/CPDOC JB
Companheiros de Luta
Fundadores do PT nos anos 1980, ao lado de outros companheiros, José Dirceu e Vladimir Palmeira se conheceram nas trincheiras do movimento estudantil que combatia a Ditatura quando ela esteve no auge, nos anos 1960.
Vladimir recebeu os companheiros em casa, entre eles, o ex-ministro José Dirceu (de camisa cinza claro) Foto: reprodução/Agenda do Poder
Em 1969, Dirceu estava entre os 15 presos políticos libertados pelo regime militar em troca da liberação do então embaixador americano no Brasil, Charles Burke Elbrick, que havia sido sequestrado por militantes de esquerda. Vladimir Palmeira, então líder estudantil, foi libertado junto com Dirceu.
Em 2011 Palmeira deixou o partido quando a legenda aceitou a refiliação do ex-tesoureiro Delúbio Soares, também considerado culpado no processo do mensalão. Apesar disso, os laços históricos entre eles permanece sólido apesar das divergências que apareceram ao longo do tempo, mas nada que abalasse a amizade entre os dois.
______________________________________________________________
Fundador do PT
Vladimir foi um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores (PT), participando, como delegado do Rio, do primeiro encontro nacional da legenda. Em 1982, foi candidato ao Senado Federal e, quatro anos depois, elegeu-se deputado federal constituinte.
Vladimir teve um papel destacado no Congresso Constituinte. Era o responsável do PT pela área econômica, onde conseguiu aprovar pontos como a nacionalização da exploração mineral e o estabelecimento de medidas de defesa da empresa nacional. Estes artigos foram retirados da Constituição no governo Fernando Henrique Cardoso. Vladimir teve participação ativa ainda em outros debates, sobretudo na defesa da democratização dos meios de comunicação e dos direitos dos aposentados. Foi também coordenador da Frente Interpartidária em Defesa do Presidencialismo, na votação sobre o sistema de governo. O presidencialismo triunfou.
Reeleito deputado, em 1990, Vladimir chegou a líder da bancada, em 1993, um ano de muitos acontecimentos políticos. O Presidente Fernando Collor de Mello tinha sido afastado e Vladimir foi um dos líderes, no PT, da posição que colocou o partido na oposição ao governo Itamar. Vladimir esteve à frente também da defesa do regime presidencialista. Para assumir uma posição, o PT realizou uma votação interna, que optou pela defesa do presidencialismo.
Vladimir não disputou outra eleição parlamentar, por considerar que já havia dado a sua contribuição. Foi instado a disputar o governo do Estado do Rio de Janeiro, nas eleições de 1994. Em 1993, ganhou as prévias internas do partido, com mais de 70% dos votos. O resultado não foi aceito, em função de questões de quorum.
Em 1998, Vladimir foi chamado mais uma vez para disputar o governo. Ganhou a convenção do partido, no Rio de Janeiro, mas a direção nacional fez uma intervenção, para que se apoiasse o candidato Anthony Garotinho.
De 1998 até o ano de 2006 Vladimir Palmeira ficou na articulação do Partido dos Trabalhadores.
A conjuntura do estado do Rio de Janeiro fez com que Vladimir fosse o candidato natural do Partido dos Trabalhadores ao governo, em 2006. Seu nome foi unanimidade no PT e Vladimir foi indicado por aclamação. Vladimir começou nas Pesquisas com apenas 1% dos votos mas devido à sua campanha na TV com irreverências, críticas irônicas, e pela defesa veemente das políticas de esquerda, inclusive de temas polêmicos distantes da esfera de governador, como aborto e união homoafetiva, bem como críticas a uma suposta forma artificial de fazer política, onde os candidatos costumavam dizer aquilo que o eleitor queria ouvir, e não o que pensava de verdade, subiu de sexto colocado nas pesquisas para quinto. Terminou em 4º lugar, com cerca de 10% dos votos, atrás de Marcelo Crivella, Denise Frossard e Sérgio Cabral (este último foi eleito governador).
Em 2007, entrou na disputa para ser o pré-candidato petista à prefeitura carioca, concorrendo com Alessandro Molon. Crítico ferrenho de Sérgio Cabral, acabou sendo derrotado em março de 2008.
Vladimir Palmeira sai do Partido dos Trabalhadores em junho de 2011, em carta, o ex-líder estudantil aponta com o principal motivo do seu desligamento a volta de Delúbio Soares ao PT.