SÃO PAULO
Museu do Ipiranga celebra aniversário de SP com atividades gratuitas
Por JORNAL DO BRASIL
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Publicado em 25/01/2025 às 11:09
Alterado em 25/01/2025 às 11:09
Por Camila Boehm - O Museu do Ipiranga preparou uma programação diversa e gratuita para este final de semana, em celebração aos 471 anos da cidade de São Paulo. Além das 11 exposições de longa duração, haverá atividades para o público infantil e show de Adriana Sanchez, com canções que remetem à capital paulista.
No repertório, cantores e compositores como Paulo Vanzolini, Tom Zé, Rita Lee, Maria Rita e Adoniran Barbosa. A apresentação, com um intérprete de Libras, inclui ainda canções de Luiz Gonzaga, para homenagear os migrantes que partiram do Nordeste e se estabeleceram em São Paulo.
Supervisora de Educação, Museografia e Ação Cultural do Museu do Ipiranga, a educadora Denise Peixoto explica que a diversidade na programação busca potencializar todo conhecimento que o museu tem disponível.
"Os museus são lugares de reflexão, para a gente pensar o mundo. Não é simplesmente como se a gente abrisse uma janela para o passado. O que é esse passado? Por que esses objetos estão aqui? Nossa estratégia é criar aproximação, entendendo que o público é bastante diverso, os interesses são diversos", explicou.
Ela pontua que um museu de história revela processos de transformação e faz a sociedade pensar criticamente sobre o presente. "A gente tem que quebrar essa ideia de que o museu é lugar de coisa velha. O museu é um laboratório para se pensar a cidade, pensar as nossas relações, pensar porque nós somos e como somos."
A educadora conta que o Museu do Ipiranga, que nasceu como Museu Paulista, é o museu público mais antigo da cidade. Ela ressalta que o local passou por muitas transformações ao longo dos anos e, após uma reforma recente, é hoje um espaço acessível.
"É o primeiro museu da cidade de São Paulo e do estado. Ele nasce no final do século XIX. O edifício foi um monumento construído [entre 1885 e 1890] para homenagear Dom Pedro e a Independência, mas depois foi transformado em um museu [em 1895]", lembrou Peixoto.
A programação do final de semana inclui também uma palestra sobre as fundações de São Paulo e São Vicente, a partir de duas pinturas do acervo, uma de Benedito Calixto e outra de Oscar Pereira da Silva. Essa é a primeira atividade do ciclo Encontros com a Pesquisa, que acontece ao longo deste ano e busca difundir trabalhos desenvolvidos por pesquisadores ligados ao acervo da instituição.
As atividades previstas convidam crianças e adolescentes a explorar as exposições do museu. Na oficina Arte em cartaz, para crianças acima de 9 anos de idade, a proposta é refletir sobre como a arte contemporânea usa técnicas como recortes, colagens, serigrafias e aquarelas para expressar críticas sociais.
Com base nas obras da exposição Onde há fumaça: arte e emergência climática, os participantes poderão criar cartazes artísticos e críticos sobre questões sociais, ambientais e políticas.
"A exposição faz uma aproximação entre arte e história para discutir os problemas da emergência climática. E a gente tem tentado explorar o museu com as crianças, dentro da lógica de que é um espaço possível de descoberta a partir de estímulos e de provocações. Assim, a criança pode perceber que o museu não é algo que ela simplesmente absorve pronto, mas que ela pode ir descobrindo", disse Peixoto, acrescentando que "o museu não é só para gente grande".
Na visita mediada Os rios de muitas voltas, o público de 4 a 10 anos de idade será convidado a observar detalhes escondidos nas obras de algumas exposições do museu para debater a presença e importância dos rios no cotidiano das cidades.
Para os maiores de 16 anos, uma oficina inspirada na abordagem do Teatro Imagem, que integra a estética do Teatro do Oprimido de Augusto Boal, vai utilizar obras visuais da exposição Mundos do Trabalho. Os participantes serão convidados a transformar as imagens em cenas vivas, criando narrativas e provocando reflexões sobre os temas presentes nas obras.
Mundos do Trabalho é uma das exposições de longa duração do museu. "Ela traz a possibilidade de pensar sobre o trabalho, como são organizadas as nossas lógicas de trabalho, que tipo de profissionais essa cidade já teve e que a gente não sabe o nome e a importância dessas pessoas para o trabalho, para fazer a cidade ser o que ela é", explicou a educadora. (com Agência Brasil)