CADERNOB
Festival É Tudo Verdade dá partida a sua 26ª edição
Por MYRNA SILVEIRA BRANDÃO
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Publicado em 09/04/2021 às 11:53
Alterado em 09/04/2021 às 11:58
“Flee”, de Jonas Poher Rasmussen, abriu nessa quinta feira (8) o Festival de Documentários É Tudo Verdade em formato totalmente on-line. Vindo do Sundance – onde ganhou o prêmio de melhor documentário estrangeiro – o filme é um primor de inovação.
A história segue Amin (pseudônimo), um refugiado afegão que concorda em trazer à tona uma história pessoal de perseguição e fuga do seu país para a Dinamarca, com a condição que sua identidade não seja revelada. Para atender ao seu desejo, o diretor utiliza uma impressionante animação, não apenas para proteger o jovem, mas também para aprimorar a narrativa de uma jornada visceral, poética e desafiadora.
Na cerimônia de premiação, após os agradecimentos ao Sundance, Poher revelou que a maior motivação para fazer “Flee” foi a possibilidade de realizá-lo dessa forma.
“Eu conhecia Amin há 25 anos e, em certo ponto, percebi que ele tinha uma história forte que precisava ser trazida à tona”, contou Poher na ocasião.
Programação reúne 69 documentários
Embora as limitações impostas pela pandemia, o festival segue até o dia 18, com muitas atrações. Além das competitivas de longas e curtas-metragens brasileiros e internacionais, haverá uma mostra especial dedicada ao cineasta francês Chris Marker; documentários de Ruy Guerra; e um tributo a Caetano Veloso e a Tropicália, com uma série de títulos, que inclui o antológico “Uma noite em 67”, de Ricardo Calil e Renato Terra.
O filme é sobre o final do III Festival da Música Popular Brasileira da TV Record, em 21.04.67, que trazia na disputa dos principais prêmios – além do homenageado – Chico Buarque de Holanda, Gilberto Gil, Edu Lobo, Sérgio Ricardo e Roberto Carlos.
Entre os destaques da competitiva brasileira estão “Zimba”, de Joel Pizzini, sobre o ator e diretor teatral Ziembinski; “Dois Tempos”, de Pablo Francischelli, um reencontro entre o violonista argentino Lucio Yanel e seu pupilo brasileiro Yamandu Costa; “Edna”, de Eryk Rocha; e Máquina do Desejo, de Lucas Weglinski e Joaquim Castro, sobre os 60 anos do Teatro Oficina.
Na mostra internacional, além de “Flee”, as maiores expectativas são: “MLK/FBI”, de Sam Pollard, sobre a perseguição do FBI contra Martin Luther King; e “Charles Chaplin, o Gênio da Liberdade”, produção francesa dirigida por Yves Jeuland, sobre o cineasta criador do imortal Carlitos.
O encerramento será com “A Última Floresta”, de Luiz Bolognesi, produção da Buriti Filmes e da Gullane. O documentário sobre a luta do Xamã Davi Kopenawa em defesa dos Yanomamis foi um dos destaques da mostra Panorama na 71ª edição do Festival de Berlim, em fevereiro último.
A programação do É Tudo Verdade, toda on-line e gratuita, está disponível em várias plataformas. Para assistir aos filmes é importante consultar o site do festival para horários e direcionamentos, bem como atentar para o limite de 1.000 ou 2.000 visionamentos de cada filme, dentro das faixas de horário previstas.