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Sean Penn volta a disputar a Palma de Ouro em Cannes

'Flag Day', de Sean Penn, foi recebido com muitos aplausos em sua première mundial no Festival de Cannes, que, cercado de todas as normas de segurança, está realizando sua 74ª edição de forma presencial

Por MYRNA SILVEIRA BRANDÃO
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Publicado em 12/07/2021 às 12:20

Alterado em 12/07/2021 às 12:20

Sean Penn em cena do filme 'Flag Day Foto: 2021 Metro-Goldwyn-Mayer

Cinco anos após ter estado na mostra oficial com “A Última Fronteira” (The Last Face) – que não teve boa receptividade do público e da crítica –, o ator e diretor americano está novamente concorrendo ao prêmio mais importante do evento francês, desta vez com a adaptação do livro de memórias Flim-Flam Man: The True Story of My Father’s Counterfeit Life, de Jennifer Vogel (2004).

Numa mistura de drama e suspense, a trama segue a vida dupla do falsificador e ladrão de banco John Vogel (interpretado por Sean Penn) e o relacionamento conturbado com sua filha Jennifer. Vogel nasceu no dia da bandeira, daí o título do filme.

Jennifer é vivida com louvor por Dylan Penn, que é também filha de Penn na vida real.

Na conferência de imprensa promovida pelo Festival nesse domingo (11), a equipe de “Flag Day” falou sobre o filme e as motivações para realizá-lo.

O cineasta iniciou a coletiva respondendo à pergunta sobre as razões de ter decidido adaptar essa história para as telas:

“É sempre difícil responder a essa pergunta. Acho que a coisa mais simples a dizer é que a escritora é fantástica e evocou algumas imagens bem emocionais. Quando eu li o livro, a primeira imagem que me veio à cabeça foi o rosto dessa aqui (aponta para sua filha, que protagoniza o filme). Com isso, veio todo o resto. Claro que a história em si é bastante atraente, por todos os motivos que já estão claros no filme. A Jennifer (Vogel) escreveu um lindo livro que foi uma referência para querer adaptá-lo”, disse Penn, revelando que inicialmente pretendia apenas dirigir o filme.

“Não era minha intenção estar no filme; dirigir e atuar não parecia atraente para mim. Posteriormente e com a pressão dos produtores, surgiu a necessidade de decidir quem faria o papel de John Vogel. Ainda fiz uma última tentativa enviando o roteiro para Matt Damon, que foi generoso o suficiente para lê-lo rapidamente e ligar dizendo que eu não poderia perder essa oportunidade de atuar com minha filha. Essa foi a gota d’água”, ressaltou Penn, complementado por Dylan, que também havia mudado de opinião sobre assumir o papel.

“No início, fiquei muito apreensiva. Acho que antes de dizer sim, devo ter dito não umas 10 vezes. Eu li o livro quando tinha 15 anos, e depois voltar a ele aos quase 30 foi quase como ler meu próprio diário. Senti então que tinha muitos paralelos com a história e que podia fazer referência às minhas experiências e trazer algo para a personagem. A coisa mais incrível que Jennifer me disse foi que não queria ninguém a imitando. Ela não precisava que eu a copiasse, só queria que a história fosse contada. E eu acho que o roteiro fez isso de uma maneira linda”, elogiou a atriz.

Jennifer Vogel, também presente na coletiva, ressaltou que não houve receio de ver sua história adaptada para o cinema:

“Quando se trata de uma história tão pessoal como a do meu livro, queremos sempre garantir que ela estará em boas mãos. Há uma preocupação de como as coisas vão ser representadas e se o diretor vai dar a atenção devida aos personagens. Como escritora, eu fiquei intrigada como minha escrita seria adaptada para uma nova forma de arte. É uma história sobre memórias, então foi irresistível prosseguir com isso. Eu sabia que Penn faria um ótimo trabalho”, concluiu a escritora.