Tapete vermelho de Cannes 2021 foi estendido na noite de ontem

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Por MYRNA SILVEIRA BRANDÃO

Marion Cotillard, protagonista de 'Annette', na noite de gala dessa terça

Depois do cancelamento em 2020 devido à pandemia, e dois meses após sua data habitual, a 74ª edição do Festival de Cannes começou oficialmente na noite dessa terça feira, com grandes nomes do cinema internacional, e dando início à programação com a estreia mundial de “Annette”, aguardado longa do francês Leos Carax, estrelado por Marion Cotillard (foto) e Adam Driver

Em coletiva, o diretor geral do festival, Thierry Frémaux, comemorou o retorno do festival: “É o reencontro do cinema mundial, é emocionante. Apesar de a pandemia não estar vencida, a organização e a essência desta edição são as mesmas de uma edição normal”.

Os organizadores fizeram a sua parte, tomando todas as medidas sanitárias para garantir o máximo de segurança para os realizadores e participantes do festival. O evento exige dos presentes um certificado de vacinação ou um teste PCR negativo a cada 48 horas.

Para garantir essa quase normalidade, foram dispensadas as sessões virtuais como estavam fazendo outras mostras pelo mundo e com o tapete vermelho recebendo a habitual legião de estrelas.

Além de ter sido visível o entusiasmo dos seus dirigentes, manifestado no anúncio do filme de abertura, quando “Annette” recebeu as aclamações de Pierre Lescure, presidente do festival.

“Cada filme de Carax é um evento. E este cumpre o que promete! “Annette” é o presente que os amantes do cinema, da música e da cultura esperavam, e pelo qual estávamos ansiando desde o ano passado”, disse Lescure, complementado por Frémaux.

“O Cinema de Carax é uma expressão desses gestos poderosos, dessas alquimias misteriosas que fazem o segredo da modernidade e da eternidade do cinema”, elogiou o diretor geral do evento.

De fato, Carax é autor de alguns dos mais belos momentos do cinema francês, e transcendeu de forma consistente os códigos e gêneros cinematográficos para criar um mundo com outras visões.

O cultuado diretor retorna a Cannes, com seu primeiro filme em inglês, nove anos após ter apresentado o notável “Holy Motors”.

Ambientado na Los Angeles contemporânea, o filme conta a história de Henry, um comediante stand-up, e Ann, uma cantora de renome internacional. O nascimento de sua primeira filha, Annette, uma garota misteriosa com um destino excepcional, mudou para sempre suas vidas.

O filme do cineasta francês também está na disputa da Palma de Ouro, que será anunciada no dia 17 de julho quando acontece a cerimônia de premiação e encerramento. O vencedor será escolhido entre 24 filmes, o maior número de produções na mostra oficial dos últimos anos.

Como já noticiado, o Brasil não está no páreo, mas marca presença em outras mostras com “O Marinheiro das Montanhas”, do cearense Karim Aïnouz, nas sessões especiais, e “Medusa”, de Anita Rocha da Silveira, na Quinzena dos Realizadores. Além de coproduções com a RT Features, do brasileiro Rodrigo Teixeira, que apresentará “Bergman Island”, da francesa Mia Hansen-love, e “Murina”, da croata Antoneta Alamat Kusijanovic, produzido com Martin Scorsese.

As cores do Brasil aparecem ainda em dois títulos na mostra de curtas-metragens: “Céu de Agosto”, da brasileira Jasmin Tenucci, realizado com recursos americanos; e “Sideral”, de Carlos Segundo, filmado em Natal, com incentivos nacionais por meio da Lei Aldir Blanc.