‘‘Pérola’ é um filme que fala da família, do amor e da vida’, diz Murilo Benício sobre seu segundo longa-metragem

Trabalho terá première mundial no Festival do Rio

Por MYRNA SILVEIRA BRANDÃO

Murilo Benício no set

“Pérola” – que será exibido na Mostra Hors Concours do festival – é a adaptação para o cinema da peça homônima de Mauro Rasi (1949-2003), que conta a história de uma mãe pelo olhar de seu filho.

Na peça, Rasi revive momentos vividos com Pérola, sua mãe, logo após a morte dela: suas manias, ilusões, senso de humor e seu desejo de querer controlar todas as coisas.

Benício conheceu Rasi em 1995, quando o dramaturgo o convidou para o elenco de “As tias de Mauro Rasi”, que seria sua próxima peça. E no primeiro encontro, ele o levou para assistir à peça “Pérola”, que estava em cartaz na época.

Ele ficou muito impressionado com a peça de Rasi e logo imaginou que daria um filme, o que concretiza agora realizando seu segundo longa-metragem. O primeiro, “O beijo no asfalto” (2018), é baseado na peça homônima do consagrado dramaturgo Nelson Rodrigues.

Murilo nasceu em Niterói, é ator, diretor, roteirista e produtor. Tem o crédito de atuação em 44 filmes e séries, com destaque para “O clone”, “Avenida Brasil”, “Os matadores”, “Amores possíveis”, entre outros. Estreou na direção com “Beijo no asfalto” em 2018. Atualmente está fazendo muito sucesso na novela Pantanal da TV Globo, em seus capítulos finais.

O diretor conversou com o Jornal do Brasil sobre a motivação para realizar “Pérola”; as várias frentes de sua carreira atuando em teatro, televisão, cinema; e qual sua expectativa com a seleção do seu filme para o Festival do Rio.

 

JORNAL DO BRASIL – Sabemos que você e Mauro foram muito amigos e que o primeiro contato com a peça “Pérola” foi justamente quando ele o convidou para fazer “As tias de Mauro”, e “Pérola” estava em cartaz na época. Com tudo isso, podemos concluir que o filme, entre muitas motivações que deve ter tido para você realizá-lo, é também uma homenagem para o Mauro?

MURILO BENÍCIO - Com certeza. Mais do que uma homenagem, foi realizar um sonho que ele tinha de ver a peça dele “Pérola” transformada em filme. E, antes de mais nada, manter a memória desse grande dramaturgo que nós tivemos.

 


O filme tem também a questão da família, a mãe do Mauro, a relação dela com o filho, a figura materna, enfim, é um sentimento universal e muito presente entre nós. Isso também foi um impulso forte para realizar o filme?

Sim, veio também desse sentimento em comum que nós temos e universal dos laços de afeto que construímos durante a vida.
É um filme que qualquer pessoa consegue se relacionar. Fala da família, do amor e da vida.

 

Você atua em várias frentes – teatro, TV, cinema... e está retomando a direção. Para nós que acompanhamos você há tempos, há uma percepção de que todas lhe emocionam, lhe deixam feliz...não há uma predominância. É correta essa assertiva?

Eu acho que um complementa o outro. São vivências diferentes que amadurecem a gente. E essa é uma carreira que depende muito do amadurecimento do artista. Além do que me permite respirar entre uma coisa e outra, dando tempo pra começar mais fresco em cada novo projeto

 


O Festival do Rio é uma vitrine sem dúvida com muitos retornos. Qual a expectativa para “Pérola” no festival?

A minha expectativa será o boca a boca para a nossa grande estreia. Tenho certeza de que isso poderá ajudar muito a gente na semana de estreia!