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Críticos elegem 'Drive my car', de Ryûsuke Hamaguchi, o melhor filme de 2022

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Por MYRNA SILVEIRA BRANDÃO
redacao@jb.com.br

Publicado em 09/01/2023 às 08:33

Alterado em 09/01/2023 às 08:39

Atores Hidetoshi Nishijima e Tôko Miura – em cena de 'Drive my car' Divulgação

A Associação de Críticos de Cinema do Rio de Janeiro (ACC-RJ) escolheu em votação no último sábado (7) o japonês “Drive my car” como o melhor filme do ano. Foram também eleitos os 10 melhores títulos de 2022. “Eduardo e Mônica”, de René Sampaio, foi o melhor brasileiro.

“Drive my car” segue um ator e diretor de teatro, Kafuku (Hidetoshi Nishijima), tentando se reinventar após a morte de sua mulher. Enquanto se dedica à encenação de uma peça de Tchekov, em Hiroshima, constrói laços afetivos com uma jovem motorista profissional, a chofer Misaki (Tôko Miura).

O filme já coleciona inúmeros prêmios: ganhou o Oscar de Melhor Filme Internacional de 2022 e antes havia sido premiado com o Melhor Roteiro no Festival de Cannes naquele ano. Desde então ganhou 73 láureas em múltiplos eventos ao redor do mundo.

“Eduardo e Mônica”, por sua vez, inspirado na canção homônima de Renato Russo (1960-1996), recria a Brasília dos anos 1980 a partir da história de amor entre um vestibulando adolescente (Gabriel Leone) e uma artista plástica (Alice Braga). O filme foi visto por 400 mil pagantes em circuito.

Ricardo Largman, presidente da ACC-RJ, destacou que mais uma vez os membros votantes da associação elegeram um conjunto altamente qualificado e diverso de títulos, que representa sobremaneira o que de melhor e de mais criativo o cinema e o streaming têm produzido.

“São filmes multipremiados nos mais prestigiados festivais do mundo, que revelam a força e resiliência da Sétima Arte com uma ampla variedade de gêneros e de nacionalidades. Dentro do seu limite numérico natural, a lista de melhores filmes de 2022 da associação reflete, de forma precisa e sem qualquer tipo de preconceito, o que os espectadores brasileiros assistiram – e podem rever – de mais importante nas telas”, complementou o presidente.


Confira a lista completa:

Drive my car, de Ryûsuke Hamaguchi;

Argentina 1985, de Santiago Mitre;

Batman, de Matt Reeves;

Belfast, de Kenneth Branagh;

Elvis, de Baz Luhrmann;

Licorice Pizza, de Paul Thomas Anderson;

Nada de novo no front, de Edward Berger;

Não! Não olhe”, de Jordan Peele;

Pinóquio, de Mark Gustafson e Guillermo Del Toro;

Top Gun Maverick, de Joseph Kosinski;

Melhor filme Brasileiro
“Eduardo e Mônica”, de René Sampaio


Homenagens e Tributos

A tradicional homenagem para os que partiram foi para o diretor franco-suíço Jean-Luc Godard, que revolucionou o cinema dentro do movimento da Nouvelle Vague. O cineasta morreu em setembro do ano passado.

O atleta do século, Edson Arantes do Nascimento, Pelé, recebeu um tributo especial por ser o brasileiro que mais representou o nosso país em todo o planeta. Tema de livros e filmes, Pelé também participou como ator em “Fuga para a vitória”, de John Houston. “O legado do Rei do Futebol transcende o esporte e representa a humanidade”, afirmou a associação.

Num ano de muitas perdas, também foram destacados os atores Milton Gonçalves e Sidney Poitier, o diretor Arnaldo Jabor, a cantora Elza Soares e o humorista Jô Soares, por suas contribuições para as artes.

A Melhor Iniciativa Cinematográfica de 2022 foi para o cineasta e educador carioca Clementino Junior. Fundador do Cineclube Atlântico Negro, o pesquisador contribui de maneira valiosa para a potencialização do cinema antirracista e para a formação de jovens cineastas.