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Imortal! Dramaturgo Zé Celso entrou na lista da Forbes dois dias antes do incêndio que o matou
Por JORNAL DO BRASIL
redacao@jb.com.br
Publicado em 06/07/2023 às 13:48
Alterado em 06/07/2023 às 19:48

Dois dias antes do incêndio que o matou em São Paulo, aos 86 anos, o dramaturgo Zé Celso Martínez foi eternizado na lista da revista Forbes. O artista, que criou o Teatro Oficina, foi selecionado para a lista '50 Over 50 2023', que homenageia as 50 maiores personalidades brasileiras que estão acima dos 50 anos.
"A lista a seguir é uma celebração à vida, à vida longa e produtiva. Nela, distribuídos em 10 categorias, estão nomes de gente que brilha intensamente depois de meio século de existência”, escreveu a publicação em seu site oficial.
No texto sobre o trabalho de Zé Celso, a revista ainda destaca que, "depois de sofrer censura durante a ditadura, ele partiu para o exílio em Portugal, onde recompôs o Oficina-Samba e apresentou espetáculos". Em seguida, foi para Moçambique, onde realizou o filme 25, sobre a independência daquele país, e, em 1978, voltou a São Paulo.
"Em 1991, Zé Celso retornou à cena em As Boas, de Jean Genet. Figura que nunca se cansa de surpreender, casou-se este mês com seu companheiro de 37 anos e atualmente planeja a adaptação do livro A Queda do Céu, "soprado" pelo xamã ianomâmi Davi Kopenawa ao etnólogo francês Bruce Albert", diz a nota.
Zé Celso foi destacado como um dos maiores nomes do teatro brasileiro. E recebeu dezenas de prêmios nacionais e participou de peças emblemáticas como Os Sertões e As Bacantes. Além dele, entraram na lista nomes como Reynaldo Gianechini, Adriana Esteves, Silvia Pfeifer e a autora Carla Madeira.
Nascido em 1937, Zé Celso é considerado um dos principais dramaturgos do país, tendo se tornado um dos maiores nomes do meio a partir dos anos 60 ao liderar o Teatro Oficina, em São Paulo.
A morte
O dramaturgo Zé Celso Martínez morreu na manhã desta quinta-feira, em São Paulo. O estado de saúde se agravou nesta quarta-feira (5), quando desenvolveu quadro de insuficiência renal. Desde então, o quadro foi piorando, sem que ele conseguisse responder ao tratamento.
O diretor teve falência dos órgãos na manhã desta quinta. Ele havia sido internado na UTI do Hospital das Clínicas desde a manhã de terça (4), após sofrer queimaduras devido a um incêndio em seu apartamento no Paraíso, Zona Sul de São Paulo.
Ele estava dormindo em seu quarto quando, por volta das 7h30, sua casa começou a pegar fogo. De acordo com vizinhos, a suspeita é que o fogo tenha começado após um curto-circuito do aquecedor. O 36º DP (Vila Mariana) da Polícia Civil investiga as causas do incêndio. Ele foi encaminhado para a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), onde foi entubado após ter queimaduras em 60% do corpo.