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Ritchie celebra os 40 anos de seu primeiro disco, ‘Voo de coração’, com turnê que começa pelo Rio nessa sexta

Por TOM LEÃO
nacovadoleao.blogspot.com.br

Publicado em 10/08/2023 às 14:29

Alterado em 16/08/2023 às 10:27

Ritchie, muita coisa a comemorar na nova turnê Divulgação

O disco ‘Voo de coração’, de Ritchie, completou 40 anos de lançado. Nele está o mega hit ‘Menina veneno’, música que atravessou as últimas quatro décadas incólume, sendo cantada até hoje. Então, Ritchie preparou uma grande comemoração para os 40 anos de lançamento do LP (era assim que se chamava na época do vinil): uma turnê nacional com o show ‘A vida tem dessas coisas’. No repertório, não apenas as músicas do disco, mas os sucessos que marcaram a carreira desse inglês que chegou ao Brasil nos anos 70 e ficou.

“O show contempla toda a minha carreira, com músicas de quase todos os discos lançados por mim ao longo dos anos (inclusive como cantor e compositor do Tigres de Bengala), sucessos de trilhas de novela e de minisséries, músicas gravadas em participação especial com outros artistas, uma ou duas releituras em inglês, uma homenagem à minha fada-madrinha, Rita Lee, e algumas outras surpresas, além de um bis bem caprichado!”, diz Ritchie ao JB.

Para apresentar ao público canções como ‘A mulher invisível’, ‘Casanova’, ‘Pelo interfone’, ‘Transas’, além da própria ‘Menina veneno’ e ‘A vida tem dessas coisas’, que empresta o nome à turnê, Ritchie montou um show diferente dos que já fez. Terá telões de LED e outras tecnologias atuais, a cargo de Alexandre Arrabal e Kiko Dias, que assinam a direção de arte.

“É a primeira vez que faço show com direção artística, cenário, telas de LED etc. Meus shows anteriores não contavam com esse aspecto visual, que traz uma nova dimensão ao nosso espetáculo. Será um show multimídia com momentos de magia visual, que é a especialidade do Alexandre Arrabal [ex-chefe do departamento de arte da Rede Globo]. A luz é por conta do Cesio Lima, que ilumina o Rock in Rio e outros grandes eventos musicais e promete deslumbrar a todos. O Jorge [Espirito Santo, diretor do show, e que era diretor artístico do programa ‘Fantástico’] tem a mão firme e tarimbada de direção geral que faz a liga fundamental entre todos os elementos em cena. Vai ser um show memorável para nós e para quem assista, tenho certeza – diz o inglês nascido Richard David Court.

Antes dessa nova jornada, Ritchie havia feito um pequeno show comemorativo, no Cine Joia, em São Paulo, que foi o start de tudo:

“O show do Cine Joia foi, digamos, o estopim de tudo. O André Barcinski (jornalista) me convidou para escrever junto com ele, a partir de uma série de entrevistas, minha (auto)biografia. Numa dessas entrevistas, ele sugeriu que eu fizesse um show para comemorar os 40 anos do primeiro disco, e ofereceu para produzir o evento no Cine Joia. Acabei me empolgando com a ideia de um show comemorativo de 40 anos de carreira solo, 50 anos de Brasil, 50 anos de casamento, 70 anos de vida, etc. e acabei fechando um acordo com a produtora TopCat para levar o meu show para outras capitais. Já estamos com uma dúzia de datas confirmadas, e a lista de cidades tende a crescer.

A turnê começa no Rio de Janeiro, nesta sexta-feira, dia 11 de agosto, no Vivo Rio; segue dia 13 de agosto para São Paulo, no Espaço Unimed; no dia 19 de agosto, dividindo o palco com o também inglês, o guitarrista Steve Hackett (ex-Genesis e amigo de longa data de Ritchie), haverá um show gratuito na praia de São Francisco, em Niterói; dia 15 de setembro, em Juiz de Fora; e no dia 16 de setembro, no Palácio das Artes, em Belo Horizonte, seguindo em outubro para o Sul do país, passando por Curitiba, Porto Alegre e Florianópolis.

Recentemente, Ritchie teve tanta exposição, que ganhou até matéria no ‘The Guardian’, um dos principais jornais da Inglaterra. Com tudo isso, há alguma chance de fazer shows na ‘terrinha’ um dia?

“Está nos nossos planos. Já fiz shows em diversos palcos internacionais, mas nunca na minha terrinha, desde os anos 70, quando emigrei para o Brasil. Mas, vamos por partes… se tudo correr bem no Brasil, conforme a nossa expectativa, faremos algo lá, talvez em 2024 – diz Ritchie, sem esconder a vontade disso acontecer.

Apesar de tudo, a gravadora Sony (então CBS) não tem planos de lançar uma edição especial de ‘Voo de coração’, que, na época, vendeu milhões de cópias, ultrapassando até Roberto Carlos:

“Acho que não há chance de isso acontecer. As grandes gravadoras não têm o costume de cultivar os catálogos de quem já não é mais artista contratado deles, infelizmente. O CD comemorativo que lancei em 2008 foi inteiramente remasterizado e produzido por vias independentes por nós. Até mesmo a recriação da capa e das artes do encarte, que não sobreviveram na matriz. A gravadora apenas fez a distribuição do disco”, lamenta Ritchie.

Uma pena. Então, a bom será mesmo conferir os hits ao vivo, que é sempre a melhor forma.

 

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