CINEMA

Crítica - ‘Finch’: jornada de sobrevivência entre um cão, um robô e... Tom Hanks

Cotação: duas estrelas

Por TOM LEÃO
nacovadoleao.blogspot.com.br

Publicado em 09/11/2021 às 14:24

Alterado em 09/11/2021 às 14:24

FINCH: Tom Hanks, um cão e um robô, sozinhos, num mundo desolado Foto: divulgação

Um filme que tem Tom Hanks, um expressivo cachorro e um robô gente boa não pode dar errado, né? Bem, mais ou menos. ‘Finch’, o filme do mês da AppleTV+, equilibra-se no limite entre um sci-fi pós-apocalíptico, um filme de aprendizado e um drama sobre a finitude.

Finch (Hanks) é um dos poucos sobreviventes de um apocalipse provocado por explosões solares, que acabou com a camada de ozônio da Terra e, na sequência, com quase toda a vida no planeta, que passou a viver um intenso verão infernal (temperaturas acima dos 60 graus Celsius). Precisando se deslocar de onde está (de Saint Louis, Missouri, para San Francisco), devido a tempestades cada vez mais fortes, ele constrói um robô superinteligente, batizado de Jeff, cuja missão é cuidar de seu querido cão, Goodyear, caso ele, Finch, venha morrer.

Então o filme é, basicamente, a jornada do trio entre um ponto e outro e, no processo, o robô vai se humanizando (aprende gírias e entende ironias) e começa a dar valor a certas coisas que só nós, humanos, damos. Como saber que um dia chegaremos ao fim. Por isso a trilha sonora tem algumas canções que tratam do assunto. Como ‘Road to nowhere’, do Talking Heads; o clássico do ska-reggae ‘Enjoy yourself’, e principalmente ‘American Pie’, de Don McLean, que pontua o filme até o fim.

Fãs do gênero irão identificar, aqui e ali, referências de sci-fi clássicos. Por exemplo: o nome de um outro robô, que no começo do filme auxilia Finch, é Dewie (mesmo nome do robô do filme ‘Corrida silenciosa/Silent running’, de 1972); quando Finch passa por grandes cidades, os cenários lembram bastante os de ‘A última esperança da Terra’ (‘The Omega Man’, 1971), e ele se desloca num trailer similar ao de ‘Herança nuclear’ (‘Damnation alley’, 1977). Só que, agora, é tudo à base de CGI.

Mas no geral ‘Finch’ é bem morno, lento e sentimental. Não há realmente nenhuma cena que fuja disso. É tudo o que você esperaria de um filme com Tom Hanks, um cachorro e um robô gente boa. Apenas um passatempo ok.

 

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COTAÇÕES: ***** excelente / **** muito bom / *** bom / ** regular / * ruim / bola preta: péssimo.

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