A escritora dinamarquesa Karen Blixen (que vai completar aniversário de morte de 60 anos em setembro) é conhecida dos brasileiros tanto por seus livros, quanto pelos filmes que se originarem deles. Sendo o mais popular, o pequeno e delicado ‘A festa de Babette’ (‘Babette´s feast’), extraído de um conto de Blixen e transformado em filme de sucesso por Gabriel Axel (que ganhou Oscar de filme estrangeiro em 1987). Outro, de maior sucesso internacional, foi a superprodução ‘Entre dois amores’ (1985, baseado no romance ‘Out of Africa’), estrelada por Robert Redford e Meryl Streep, que ganhou sete estatuetas, incluindo melhor filme e direção (de Sidney Pollack).

Agora, os fãs de Blixen podem lembrar da escritora e conhece-la melhor através do filme ‘O pacto’ (‘Pagten’), do premiado diretor Bille August (de ‘Pelle, o conquistador’, Oscar de filme estrangeiro em 1989), que mostra o que aconteceu com a escritora depois que voltou da África, 17 anos depois de ter deixado a Dinamarca. Atacada pela sífilis e arrasada por ter perdido sua fazenda e o amor de sua vida, ela se reinventa como uma superestrela artística. Agora, aos 63 anos, Blixen (Birthe Neumann) é mundialmente famosa e vive isolada - até conhecer o poeta Thorkild Bjørnvig (Simon Bennenbjerg), de 30 anos. Juntos, eles fazem um pacto: ela promete fazer dele um grande artista, em troca dele obedecê-la cegamente.

Embora August aqui não esteja em seu melhor momento como diretor, o filme é interessante o bastante não apenas para os fãs de Blixen (que assinava os livros como Isak Dinesen), como também para apreciadores do cinema europeu. É um belo e lento filme, que nos revela não apenas a intimidade da escritora, mas o poeta que ela promoveu.

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