CINEMA
The wonder’, de Sebastián Lelio, está na competição oficial de San Sebastian
Por MYRNA SILVEIRA BRANDÃO
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Publicado em 20/09/2022 às 18:08
Alterado em 20/09/2022 às 18:13
O filme segue Anna O’ Donnell (Kila Lord Cassidy), uma jovem de onze anos que, mesmo tendo parado de se alimentar, milagrosamente permaneceu viva.
Uma enfermeira inglesa, Lib Wright (Florence Pugh), é então enviada à pequena vila onde Anna vive para observá-la. O fato atrai turistas e peregrinos que querem ver a jovem que teria sobrevivido sem comida por meses.
Surge então uma pergunta que precisa ser respondida: a pequena aldeia está abrigando uma santa ou há motivos mais sinistros envolvendo o fato?
O filme é um thriller psicológico adaptado do livro de Emma Donoghue, inspirado no fenômeno das garotas jejuadoras, fato ocorrido no século 19.
Nascido em Santiago do Chile, Lelio é diretor de filmes premiados em festivais internacionais, como “Glória” e “Uma mulher fantástica”, que teve muito sucesso na Berlinale 2017, conquistando o Urso de Prata de melhor diretor e, em 2018, o Oscar de melhor filme em língua estrangeira.
Em entrevista ao Jornal do Brasil, Lelio falou sobre seu retorno ao evento, a motivação para ter feito o filme e sua expectativa sobre a receptividade pelos espectadores.
JORNAL DO BRASIL - Qual sua expectativa para essa volta ao festival na seleção oficial com “The wonder”?
SEBASTIÁN LELIO - A primeira vez que estive em San Sebastian foi em Films in Progress, em 2005. Depois estive muitas vezes com meus outros filmes, então é muito especial estar na competição oficial, com “The wonder”. Espero que o público se conecte com a intensa jornada que o filme oferece.
“The wonder” tem uma abordagem diferente da temática que você normalmente segue em seu trabalho? Qual foi a motivação para fazer o filme?
No coração de “The wonder” estão duas mulheres pelas quais me apaixonei lendo o romance Lib and Anna, de Emma Donoghue: a enfermeira interpretada pela magnífica Florence Pugh e a garota interpretada pela graciosa Kila Lord Cassidy. Acho que foi a conexão entre essas duas mulheres que me motivou para fazer o filme. Ele explora o papel das histórias em nossas vidas. Histórias nas quais estamos presos, às vezes por padrão, às vezes por escolha; histórias que podem ser instrumentos para acessar novos níveis de liberdade.
Independentemente do tema, seus filmes sempre conseguem uma grande identificação com os espectadores? Qual o segredo para essa sintonia?
Obrigado por dizer isso. É sempre emocionante descobrir que um filme está encontrando seu público, se conectando com ele. Estou muito curioso para seguir os passos de “The wonder” onde ele quiser me levar.