Crítica - ‘Eike’: a biografia que mostra o ‘x’ da questão

Cotação: três estrelas

Por TOM LEÃO

Nelson Freitas no papel de Eike lembra Caco Antibes

Vivemos um momento em que acontece um verdadeiro boom de biografias, no cinema e na TV/streaming. Toda semana aparece uma nova. A mais recente delas, nas telonas (e, breve, no Star+), é ‘Eike – tudo ou nada’, longa-metragem que acompanha a ascensão e queda do ex-bilionário Eike Batista, que estreia nacionalmente nos cinemas. Com direção e roteiro de Andradina Azevedo e Dida Andrade, o filme é inspirado no livro homônimo da jornalista Malu Gaspar.

Protagonizado por Nelson Freitas (que, por vezes, tem um tom de voz e gestuais que lembram o personagem Caco Antibes, de Miguel Falabella, na comédia televisiva ‘Sai de baixo’), ‘Eike – tudo ou nada’ percorre um breve, mas intenso, período da vida do empresário carioca, de origem alemã, que foi da fama à lama em tempo recorde. A história começa em 2006, quando o Brasil passava por uma expansão econômica com o pré-sal e o empresário decide criar a petroleira OGX. E segue até a sua prisão, em 2017, alvo da Operação Eficiência, um desmembramento da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro. Eike foi acusado de fazer parte de um esquema de corrupção do ex-governador Sergio Cabral. Atualmente, depois de cumprir um ano de prisão e fazer delação premiada, Eike está livre e diz que ainda vai dar a volta por cima.

Sétimo homem mais rico do mundo em 2012, Eike viu seu império ruir em poucos anos. Com uma fortuna estimada em US$ 30 bilhões, na época era o maior bilionário brasileiro do mundo e estava no auge com as empresas do grupo EBX (OGX, MMX e OSX). Em 2014, já não integrava mais a lista da Forbes. O filme revela os bastidores dessa história que rendeu muita mídia, mas que até hoje provoca controvérsia e curiosidade. Ele arrastou muita gente na derrocada.

Na adaptação (que poderia ter sido melhor se optasse por um tom menos solene e mais dinâmico, muitas vezes assistimos apenas aos atores declamarem seus textos), os ex-colaboradores da Petrobras que saíram da estatal para fundar a OGX ganham nomes fictícios. E em participação especial, Carol Castro interpreta Luma de Oliveira, ex-mulher de Eike, que, antes da fama do marido, era quem realmente atraía os holofotes para o casal. Tanto por sua aparição com uma coleira com o nome do marido, quanto por um suposto caso extraconjugal com um bombeiro. Mas isso fica para uma outra história/biografia. ‘Eike’, é apenas mediano.

 

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COTAÇÕES: ***** excelente / **** muito bom / *** bom / ** regular / * ruim / bola preta: péssimo.