CINEMA
Crítica - 'Me chama que eu vou', documentário que celebra os mais de 50 anos de carreira do cantor Sidney Magal
Por TOM LEÃO
nacovadoleao.blogspot.com.br
Publicado em 13/01/2023 às 14:07
Alterado em 13/01/2023 às 14:07

Sidney Magal tem uma obra tão marcante, que é facilmente reconhecível. Basta dizer seu nome e já vêm à lembrança músicas como ‘Meu sangue ferve por você’, ‘Sandra Rosa Madalena’ ou ‘Me chama que eu vou'. Esta última dá título ao documentário de Joana Mariani que retrata a vida e a obra de Magal. O filme faz um painel bem-humorado, revelador e carinhoso de um dos cantores mais queridos do Brasil. Chega aos cinemas nesta semana.
Nascido Sidney Magalhães, em 1950, Magal se abre em primeira pessoa no documentário, falando desde sua infância até o presente, passando por momentos importantes de sua carreira e pelo casamento com Magali West. O título vem de uma das músicas mais famosas dele, que serviu de tema de abertura da novela ‘Rainha da Sucata’, em 1990, e foi o seu último grande sucesso, pegando carona na onda da lambada.
O filme repassa os seus mais de 50 anos de carreira e mostra o homem por trás do artista. O cantor conta histórias inusitadas, como quando pediu a Vinicius de Moraes (que era primo de sua mãe) para compor uma música para ele. Ou a maneira como escolheu o seu nome artístico na Itália (chegou a se chamar Syd Sony e Sidney Rossi). Também confirma que Magal foi meio que inventado pelo produtor Roberto Livi, para emular aqui o cantor argentino Sandro, que se apresentava fazendo o tipo cigano. Uma cópia que deu certo. E foi muito mais além.
Mas isso não diminui a importância de Magal, que já esteve em peças de teatro, filmes (protagonizou o cult trash ‘Amante latino’, que tem roteiro de Paulo Coelho!), programas de televisão, anúncios, fez dublagens e mais. O próprio Sidney está quase o tempo todo em cena, nos contando passagens de sua vida e nos revelando álbuns de recortes e lembranças que guarda num galpão em sua casa.
A diretora conheceu o cantor no começo dos anos 2000, durante as filmagens do clipe do remake da música ‘Tenho’, do qual foi diretora assistente. A partir daí, ela nunca mais perdeu contato com o artista e sua família. O que lhe deu carta branca para chegar até este documentário, que traz um apanhado de lembranças sobre sua trajetória, sua família e sua música. Além de Magali West, que conta, entre outras coisas, de como o cantor a conquistou, quando ela tinha 16 anos, também participa do longa o filho do casal, Rodrigo West. O filme é fruto de um longo processo de pesquisa, e conta com várias imagens de arquivos de televisão e do próprio Magal.
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