Crítica - ‘A morte do demônio: a ascensão’; terror mediano que usa nome de série famosa, sem muita conexão
Cotação: duas estrelas
Apesar de usar o nome ‘evil dead’ em seu título original (‘Evil dead rise’), este ‘A morte do demônio: a ascensão’ tem pouco ou nada a ver com a série de filmes exagerados, sangrentos e algo engraçados (além de muito assustadores) criados por Sam Raimi nos anos 80. Naqueles, acompanhávamos as desventuras de Ash Williams (Bruce Campbell) às voltas com o mal, liberado a partir da leitura do Necronomicon, o livro dos mortos, enquanto ele estava isolado numa cabana na floresta. O filme se passava durante uma noite inteira.
Desde então, acompanhamos os perrengues de Ash para se livrar do mal, seja na época medieval (o terceiro filme), seja nos dias atuais (na série de TV). E, na tradução em português, ainda temos de driblar a confusão que há entre o original (em vídeo, ‘A morte do demônio; no cinema, ‘Uma noite alucinante’), que leva a confundir as pessoas, já que o terceiro não se passa numa noite apenas (como os dois primeiros). E ‘the evil dead’ representa os possuídos pelo mal.
No novo filme, a única conexão que há com ‘Evil Dead’ (que teve um remake na década passada) é o fato de o tal livro dos mortos ser encontrado no porão de um prédio em Los Angeles (na verdade, Auckland, na Nova Zelandia) após um terremoto. O jovem que o encontrou também achou uns discos de vinil 78rpm que, ao serem tocados, conjuram os espíritos malignos que vão invadir a casa deste e possuir sua mãe. Assim, durante uma ‘noite alucinante’, de fato, a família sofre na mão do espírito comedor de carne humana.
Além de não se passar numa cabana na floresta, como os filmes originais de ‘evil dead’, este só tem o nome original e algumas citações a Raimi. Como o clássico globo ocular que salta e cai na boca de outra pessoa. E uma pessoa totalmente ensanguentada no final, ao lutar contra o mal, a la Ash. O diretor Lee Cronin, de quebra, também homenageia uma cena de ‘O Iluminado’, de Kubrick, quando um elevador se abre, e dele sai uma cachoeira de sangue.
No mais, se este filme (que ia ser lançado diretamente no streaming HBO Max, mas os testes com plateias foram positivos e resolveram lançar nos cinemas) tivesse outro nome, e não usasse o título ‘evil dead’ (para atrair os fãs dos originais), seria mais honesto. Porque, como terror é ok, dá para o gasto. Mas como ‘evil dead’, está longe de ser tão impactante. Ou assustador.
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