Crítica - Oldboy: 20 anos de um filme como nenhum outro
Cotação: quatro estrelas
Um dos melhores filmes de vingança de todos os tempos, com um dos roteiros mais intrincados e originais e com uma sequência de luta marcante, ‘Oldboy’ está de volta aos cinemas, 20 anos depois de lançado, em cópias remasterizadas em 4k. O filme de Chan-wook Park é um marco do moderno cinema sul-coreano, por ter sido o primeiro a chamar a atenção das plateias mundiais e também de cineastas como Tarantino e Spike Lee (que fez um remake totalmente desnecessário do filme, que ninguém tomou conhecimento da existência).
'Oldboy’ é, ao mesmo tempo, muito violento, mas que, às vezes, tem toques de humor. E um certo clima de quadrinhos, em alguns momentos. Seu final desconcertante, que não abre concessões para nada, fica marcado na mente dos espectadores. Tanto que, eu, como fã do filme, jamais o revi, desde que saí da sala do cinema há 20 anos. Até comprei uma edição especial em DVD. Mas, jamais foi tocado. Agora, é a hora certa de rever este clássico do cinema moderno. Desde que ‘Oldboy’ abriu as portas para o cinema sul-coreano ser conhecido internacionalmente, muita coisa boa saiu de lá, culminando com o Oscar de melhor filme para ‘Parasita’, de Bong Joon Ho, em 2019. E algumas de suas sequências, como a marcante luta num plano só, foram copiadas/homenageadas depois, por filmes e séries de ação de Hollywood (notadamente, por ‘John Wick’).
Na trama, acompanhamos Dae-su Oh (Choi Min-sik), um tipo malandro que, depois de uma tarde de bebedeira (na qual assediou uma jovem e foi parar na delegacia), no dia do aniversário da filha, é sequestrado e aprisionado em um lugar que lembra um quarto de hotel, estilo kitnet. Assim, ele passa 15 anos (!) prisioneiro. Nesse meio tempo, ele acompanha pela TV notícias sobre a morte de sua mulher e sua própria acusação de assassinato, pensa em se matar e enlouquece lentamente. Mas decide focar sua fúria em se preparar e treinar seu corpo para um dia realizar sua vingança. Esse dia chega quando ele é colocado em uma mala e, libertado, descobre que tem cinco dias para saber quem são seus sequestradores. O mundo agora está totalmente diferente do que ele deixou (muito mais tecnológico). Então, ele precisa descobrir, quase sem pistas, quem, afinal, o aprisionou. Embora sua lista de suspeitos seja grande, Dae-su logo percebe que, mais importante do que descobrir quem o aprisionou, é saber o motivo pelo qual ele foi solto. E o motivo é traumatizante.
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COTAÇÕES: ***** excelente / **** muito bom / *** bom / ** regular / * ruim / bola preta: péssimo.