Crítica - ‘Aquaman 2: O reino perdido’, sequência mais divertida do quadrinho que o filme original
Cotação: três estrelas
O primeiro ‘Aquaman’ (2018), um filme de super-herói da DC com um personagem não muito popular nos quadrinhos, foi o de sempre: muitos efeitos especiais e uma trama fraca, envolvendo a disputa de irmãos pelo trono de Atlantis. Cinco anos depois (e muitos roteiros reescritos e cenas filmadas a mais), surge a sequência, num ano em que a DC (a divisão de quadrinhos da Warner, rival da Marvel) acumulou fracassos nos cinemas (sendo o maior deles, pelos custos, ‘The Flash’). Contudo, este ‘Aquaman 2: o Reino Perdido’ (o quarto filme DC do ano), mesmo sendo aquele tipo de filme que se esquece depois que acaba, recupera um pouco do clima de quadrinhos que os filmes baseados neste gênero de arte estão deixando de lado.
Desta vez, Arthur Curry, o Aquaman (Jason Momoa), divide o encargo de ser rei de Atlântida com o de ser pai -- teve um filho com Mera (Amber Heard, que não foi cortada do filme, como se especulou, tem até cenas bem importantes) --, ao mesmo tempo em que precisa estar atento aos problemas à sua volta. E o pior deles é o retorno do Arraia que, após perder o pai no primeiro filme, volta para se vingar de Aquaman, depois de achar um tridente que lhe concede poderes malignos. Ao mesmo tempo, Aquaman precisa se reconciliar com o meio-irmão Orm (Patrick Wilson), o que rende boas cenas entre os dois, que têm boa química. Ou seja, o filme é todo assim, num clima família-vingança, o trivial das tramas clássicas. Mas, na hora em que as coisas pesam, a família se une. Isso, aliado a um discurso pró-ecológico (bem inserido no contexto), compõe o básico do filme.
O diretor, James Wan (o mesmo do filme anterior), parece estar se divertindo mais neste, resgatando para as telas um clima de humor e fantasia dos quadrinhos clássicos que os filmes atuais deixaram de lado (e, por isso, estão perdendo público). O filme, melhor produzido do que o anterior, tem boas cenas de ação e, como se passa 90% no ambiente aquático, é quase que um desenho animado em CGI, com personagens/atores reais no meio. Mas, se ele não empolga ao máximo, também não cansa (mesmo visto em 3D, como foi o meu caso). É apenas diversão ligeira, que agradará aos fãs do herói submarino, e traz dois tipos das antigas nos gibis e desenhos: o cavalo-marinho Steed e o polvo Topo. Mas não teve Batman.
Agora, a pergunta é: dará lucro? Seja como for, como nota-se pelo final, não reveremos Aquaman tão cedo nas telas.
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