Três filmes nacionais diferentes

Por TOM LEÃO

'Corisco & Dadá' volta aos cinemas em cópia remasterizada 4k

‘Abraço de mãe’
Cotação: duas estrelas
É um raro filme nacional de terror. A trama se passa durante a enchente de fevereiro de 1996, no Rio de Janeiro, um dos temporais mais intensos da história carioca. A catástrofe serve de pano de fundo para o terror psicológico que a personagem Ana (Marjorie Estiano), uma bombeira, enfrenta em meio ao caos. O filme (que estrou na Netflix) se passa quase todo dentro de uma casa de repouso, de onde os ocupantes não querem sair. É neste ambiente claustrofóbico e escuro que a bombeira toma conhecimento de fatos estranhos que remetem a um trauma de seu passado. Bom clima.

 

‘Segredos’ (‘Secrets’)
Cotação: uma estrela
O filme é focado no casal Naomi (Danni Suzuki) e Noah (Emiliano Ruschel). Noah é um diplomata suíço que cresceu na Europa e estudou nos EUA. Naomi é uma nipo-brasileira, filha única e de uma família rica e influente. Casados há sete anos, aparentemente, formam o casal perfeito. Porém, quando são colocados numa situação inesperada -- durante um evento inevitável que os deixa isolados --, os segredos que ambos guardavam vão aflorando aos poucos, envolvendo até um assassinato. O curioso é que o filme é quase todo falado em inglês (meio declamado), o que torna o ritmo um tanto lento e dá um clima estranho ao todo.

‘Corisco e Dadá’
cotação: três estrelas
Lançado originalmente em 1996, ‘Corisco e Dadá’ volta aos cinemas. O filme, do cearense Rosemberg Cariry, ganhou cópias restauradas em 4K (que realça a bela fotografia), e terá exibições em São Paulo e no Rio de Janeiro a partir desta sexta (25).
Na trama (narrada por uma contadora de histórias), Corisco (Chico Díaz), conhecido como ‘o diabo louro’, é famoso pela ferocidade, coragem e carisma. Ele sequestra e estupra Dadá (Dira Paes) quando ela tem apenas 12 anos, fazendo dela sua mulher. Contudo, no correr do tempo, o amor acaba florescendo entre os dois. Apesar de dizer combater as injustiças sociais, Corisco e seu bando espalham o terror por onde passam (no caminho, cruzam até com os lendários Lampião e Maria Bonita). O ‘filme de cangaceiro’ já foi um gênero do cinema brasileiro bastante popular nos anos 1960 e 70, como se fosse a nossa versão do western ítalo-americano (até Glauber fez o seu). E este é dos raros exemplares contemporâneos.