CINEMA
Crítica - ‘Megalópolis’: mega decepção
Por TOM LEÃO
nacovadoleao.blogspot.com.br
Publicado em 27/11/2024 às 11:19
Alterado em 27/11/2024 às 11:24
O novo (e derradeiro?) filme de Francis Ford Coppola, ‘Megalópolis’ (em cartaz), como já se sabe, é um projeto que ele acalentava fazer há muito tempo. Mas não podia fazê-lo, por falta de investimentos/fundos. Finalmente, Francis realizou, às próprias custas (botou mais de US$100 milhões no projeto, inclusive vendendo parte de suas famosas vinícolas) e, apesar de ter sido recebido com o respeito que ele merece, o filme está sendo um fracasso retumbante por onde passa.
Apesar de ser uma produção suntuosa (a gente vê onde está cada centavo investido, ao contrário de ‘Coringa 2’, que custou o dobro e não entrega), na parte de cenografia, fotografia, vestuário, efeitos especiais etc, este primeiro sci-fi da carreira do diretor -- que firmou seu nome em Hollywood com os dois primeiros filmes da trilogia do Chefão – é uma grande bagunça. Tanto por sua ambição em ser um filme ‘importante’ (sua narrativa é algo shakespeareana e tenta replicar a grandiosidade dos tempos dos césares romanos), tanto pelo desperdício de bons atores (tem até Dustin Hoffman!) em papeis caricatos, declamando falas algo ridículas; quanto pelo roteiro confuso, que não dá conta da grandiosidade pretendida.
Na trama, um arquiteto talentoso (e que tem o poder de parar o tempo!), Cesar Catilina (Adam Driver, bastante empenhado em seu papel), planeja fazer de Nova Roma (uma Nova York futurista, fascinante), uma cidade utópica e perfeita, sem pobreza e desigualdade. No meio do percurso, se apaixona por Julia Cicero (Nathalia Emmanuel, linda), filha do ganancioso prefeito Franklyn Cicero (Giancarlo Esposito).
Mas, esse fiapo de trama não se sustenta, porque o filme é repleto de subtramas (traições, dramas familiares etc) que não clicam (Aubrey Plaza e John Voight estão lá, perdidos). Pelo contrário, deixam o espectador confuso e entediado. Por volta de uma hora, estamos inquietos e não nos importamos mais com nada do que se passa na tela. Até o final, bem piegas.
Se for o ‘canto de cisne’ de Coppola, infelizmente, não será por este filme que ele será lembrado.
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