Muita emoção e animação no desfile das escolas mirins

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Agência JB

Rio - Pequenos sambistas começaram a chegar ao Sambódromo no fim da tarde, para o desfile das Escolas de Samba Mirins. Os carros alegóricos começaram a desfilar às 17h, enquanto a equipe envolvida na organização do Carnaval corria para dar os últimos retoques, preparando a Passarela do Samba para recepcionar o grande público.

O carnavalesco Waldecyr Rosas, 39 anos, da escola MeL do Futuro, verificava, ansioso, o acabamento das peças. A agremiação desfilou pela primeira vez desfila como membro da Associação de Escolas de Samba Mirins do Rio de Janeiro, levando 1.200 integrantes. Entre eles, uma ala inteira de pessoas com deficiência.

- Nosso grande orgulho é o terceiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, o Rodrigo e a Fernanda, que são especiais, mas sambam para ninguém botar defeito, honrando nossa escola, contou emocionado o carnavalesco.

A MEL do Futuro homenageou a região de Visconde de Mauá. Quarta escola a desfilar, incendiou a Apoteose com seus 160 ritmistas. As crianças homenagearam o Barão de Mauá e lembraram a importância do carvão extraído daquelas terras para o desenvolvimento do país. Com o enredo A Magia da Serra Encantando a Nossa Terra.

Tamires Araújo Queiroz, 11 anos, provava compenetrada a fantasia prateada com a qual ela defenderá a Escola Estrelinha da Mocidade.

- Quando eu crescer, quero ser passista da Mocidade Independente de Padre Miguel. Adoro desfilar, afirmou.

A mãe, Andréa Araújo Fernandes, 39 anos, dona-de-casa, moradora de Bangu, apóia o sonho da filha, mas já avisou.

- Tem que manter boas notas na escola, só assim eu deixo ela desfilar, explicou. Andréa acrescentou ainda que, para freqüentar a quadra, a filha é obrigada a mostrar o boletim escolar para a direção da agremiação, comprovando que está matriculada.

A Escola de Samba Mirim Infantes do Lins levou para a Avenida centenas de curumins, num enredo que fala sobre o descobrimento do Brasil, a exploração das riquezas nativas até chegar aos dias de hoje.

As cores verde e rosa tomaram conta da passarela. O primeiro carro, uma caravela, representava a chegada dos portugueses no Brasil. Uma faixa levantada pelos pequenos integrantes homenageava todos os índios do Brasil. O terceiro carro tinha como tema os jogos Pan-Americanos de 2007, que vai acontecer no Rio de Janeiro.

Comovidos, os 600 componentes da Escola de Samba Mirim Virando Esperança prestaram uma bela homenagem ao patrono e presidente da escola Unidos do Viradouro, José Carlos Monassa, morto em 2005.

O enredo No Carnaval do Rio, a Viradouro e seus pequenos sambistas na era Monassa também passeou pelos principais momentos da agremiação onde o sambista viveu sua história de amor com a música. Os pequeninos criaram o reino encantado da Viradouro, onde Monassa era rei. A escola foi a segunda a desfilar na Avenida.

O PAN 2007 foi cantado em prosa e verso pela Escola de Samba Mirim Império do Futuro, a terceira a desfilar na Avenida. A agremiação que funciona na quadra do Império Serrano trouxe 1.200 componentes, distribuídos em 12 alas.

O tema escolhido fala sobre os benefícios do esporte e da dança, citando, inclusive, Carmem Miranda, a artista que ajudou a divulgar o ritmo quente no exterior.

A Escola de Samba Mirim Ainda Existe Criança em Vila Kennedy levantou o público das arquibancadas na Marquês de Sapucaí. Com um samba enredo divertido sobre futebol, a agremiação da Zona Oeste desfilou com quatro carros. O primeiro deles intitulado 'O Sol' fez uma homenagem ao Cristo Redentor. A nossa comissão de frente homenageia os shows das antigas passistas , explicou a coreógrafa Cláudia Vick. A escola mirim é formada por aproximadamente 800 crianças, que desfilam em 12 alas.

- Nestes 16 anos de trabalho percebo que as crianças contam os minutos para entrar na Avenida. Elas são mais puras e se divertem mais que os adultos, comentou a presidente da Liga das Escolas Mirins, Dona Tuquinha.

A dupla de Mestre-Sala e Porta-Bandeira, João Felipe e Roberta Lopes entrou na Avenida com fantasias que faziam referência a Copacabana.

- É uma grande emoção carregar a bandeira da minha escola e representar o sonho de muitas meninas da comunidade, declarou Roberta Lopes, que desfila como Porta-Bandeira pela primeira vez.

Dezoito crianças e adolescentes foram escolhidos por Dionísio, presidente da Escola de Mestre-Sala, Porta-Bandeira e Porta-Estandarte para abrir os desfiles nesta sexta-feira, dia 16, no Sambódromo, junto com a Velha Guarda.

Laís Lopes Peçanha de Moraes, de 9 anos, aluna da Escola Municipal Tia Ciata, não perdeu nenhuma das aulas oferecidas todos os sábados, das 13h às 18h para 286 crianças que querem se tornar profissionais.

- Este é um momento de muita alegria pra mim, meu maior desafio é não deixar a bandeira fechar, eu rodo e consigo girar, disse Laís.

Segundo mestre Dionísio esse desfile é a realização do sonho de formar uma nova geração de sambistas. O sonho do mestre Dionísio resultou num trabalho de 15 anos reconhecido por todas as grandes escolas de samba, um sonho que fez Rio ganhar a primeira escola da futura geração de sambistas.

As cores vermelho e branco transformaram-se em poesia para cantar os deliciosos recantos da Ilha de Paquetá. O enredo Adormeci, sonhei e despertei com a magia da Ilha de Paquetá , do Grêmio Recreativo Cultural Nova Geração do Estácio de Sá, trouxe para a Avenida história de um homem que adormece na barca, em sua primeira visita ao local. Durante um sonho, ele vive uma realidade diferente, cercada de lendas e belezas naturais. Fundada em 1990, a agremiação fez o Sambódromo balançar com seus 1.800 componentes, divididos em 18 alas. A escola mirim foi a quinta a desfilar.