Rumo ao país cátaro, terra do bem contra o mal
Elenara Zinn de Carvalho, Jornal do Brasil
RIO -
Nos questionamos se não estávamos próximos do tesouro do rei Salomão
Conhecer o país cátaro, no sul da França, foi mais do que a concretização de um sonho. Foi um retorno à Idade Média. O catarismo, religião apoiada na perpétua oposição entre o bem e o mal, encontrou na região do Languedoc, no sudoeste da França, grande aceitação no final do século XII. Lançamos a ideia e logo o grupo estava formado: Rodney, Décio, Russo Rosane, Flávia, Ione, Eliane, Clarisse e eu, todos entusiasmados e dispostos a conhecer a região que há tanto tempo nos era familiar pelas nossas leituras.
Começamos por Paris, cidade mágica. Depois Cluny, museu da Idade Média. Antes de partirmos rumo ao Languedoc, procuramos a Praça Saint Gervais, para abraçarmos a árvore secular que, segundo a lenda, emana energia e, abraçada com palavras dirigidas a Jacques de Molay, nos ajudaria a ganhar dinheiro. Não custava tentar! Embarcamos para Toulouse, onde locamos carros. Partimos para Albi. Bela cidade medieval, com sua imponente Catedral de Santa Cecília. Para completar, visitamos o Palácio de La Berbie.
Enfim, Carcassonne, a bela e bem conservada cidade medieval. Suas várias muralhas, seu sistema de defesa, suas torres e a magia da antiga morada de La Dame Carcas nos encantaram.
Nos questionamos se não estávamos próximos do tesouro do rei Salomão, que, segundo a história, foi levado para Carcassonne pelos visigodos no século V.
Saímos de Carcassonne e, com muita expectativa, chegamos a Rennes-le-Château. Misteriosa, cheia de segredos, um mito, um lugar propício à meditação e contemplação pela maravilhosa paisagem que ela nos oferece. Com um pouco de apreensão, deixamos Rennes-le-Château e partimos sob muita, muita neve até Pas de la Case, e a cidade de Andorra. Nosso próximo destino seria Montségur, última fortaleza cátara. Subimos os 1.207 metros, por trilhas cobertas de neve. Não só a fé cátara inabalável diante das adversidades, mas a lenda de que ali estaria guardado o Graal, uma das peças do tesouro cátaro, nos levava adiante.
Para encerrar nossa aventura: Toulouse! A Cidade Rosa, como é conhecida, em razão das construções. Despedimo-nos com certa nostalgia, conscientes de que estabelecemos uma profunda amizade e de que para sempre recordaremos essa aventura palavra que define bem nosso sentimento na viagem com muita alegria e vontade de repeti-la.
* Professora de francês