Lula espera para este ano queda de 2,5% da dívida pública da União

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Marcos Chagas, Agência Brasil

BRASILIA - A dívida pública líquida da União, que aumentou de 37% do Produto Interno Bruto (PIB, soma de todos os bens e serviços produzidos no país), em 2008, para 43%, em 2009, retomará sua trajetória de queda neste ano. A afirmação foi feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em entrevista ao Jornal do Comércio, de Porto Alegre. Lula estimou o recuo em cerca de 2,5%, com base em dados do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Ele não quis, entretanto, responder se seria possível baixar ainda mais a taxa de juros como forma de reduzir a dívida atrelada à taxa Selic, atualmente de 8,75% ao ano.

Lula disse ainda que, segundo o FMI, a maior parte dos países ainda sofrerá neste ano aumentos consideráveis na dívida bruta em relação ao PIB. De modo mais simples, de acordo com as previsões do fundo, países como os Estados Unidos, o Japão, a França e a Inglaterra deverão experimentar aumentos de 7 a 13 pontos percentuais em suas dívidas, enquanto o Brasil terá redução de mais de 2,5 pontos.

De acordo com o presidente, a dívida líquida, que chegou a praticamente 57% do PIB em 2002, foi reduzida para cerca de 37% ao final de 2008. Como efeito da crise financeira internacional, no ano passado, o percentual voltou a subir, chegando a 43%. Reduzir a dívida de 57% do PIB para 37% (uma queda de 20 pontos percentuais) em seis anos foi uma coisa excepcional e mostra o comprometimento do Brasil com uma política fiscal séria e responsável , destacou Lula.

Mesmo com o aumento de 6%, acrescentou o presidente o Brasil ainda se encontra, nesse aspecto, em situação confortável quando comparado com economias como as da Inglaterra, da França e da Alemanha, que têm dívidas de cerca de 70% em relação ao PIB.

Quando se analisa a conjuntura econômica de um país, ressaltou Lula, não se pode levar em conta apenas um dado como a dívida bruta da União. Ele ressaltou que o Brasil tem ativos que precisam ser considerados. As reservas internacionais, por exemplo, ultrapassam US$ 240 bilhões. Apenas em reservas, o Brasil tem hoje cerca de R$ 440 bilhões .