Holandeses têm a simpatia africana na final de domingo
Jornal do Brasil
CIDADE DO CABO - Apesar da colonização holandesa da África do Sul há três séculos e de seus descendentes terem instaurado o regime do Apartheid, a África do Sul moderna, orgulhosa de organizar o Mundial de 2010, espera que a Laranja Mecânica saia vitoriosa hoje, às 15h30, na partida contra a Espanha.
Apoio a Holanda, não me importa o passado. Agora, somos um país livre afirma Fundi Nqoloba, de 34 anos, que compartilha com o filho o entusiasmo com a seleção do técnico Bert van Marwijk.
Mais de 200 mil pessoas se reuniram na terça-feira à noite, no centro da Cidade do Cabo, para assistir à semifinal conquistada pela Holanda (3 a 2) contra Uruguai.
No contexto do Mundial, os sul-africanos parecem recordar de uma distante relação de parentesco com os holandeses. Os primeiros colonos europeus chegaram à Cidade do Cabo em 1652, sob as ordens da Companhia Holandesa das Índias Orientais que queria estabelecer uma base para suas embarcações.
Sua presença marcou este território, onde ainda hoje fala-se o africâner, uma língua derivada do holandês numa região de maioria mestiça.
Entre as 32 seleções do Mundial, a Holanda é a equipe mais próxima da África do Sul , explica Goesain Sadien, de 27 anos, que tem como jogador favorito o artilheiro holandês do Arsenal, Robin van Persie.
A Cidade do Cabo, muito turística, conserva as marcas de seu passado colonial, sobretudo na arquitetura.
O Forte da Boa Esperança, construído pelo holandês Jan van Riebeeck, o edifício mais velho do país, é um dos mais emblemáticos da cidade e do qual seus moradores se sentem orgulhosos.
É o caso da guia de turismo Grace Mahalefele, que não esconde o desejo de que a Holanda saia vitoriosa na final desta tarde em Joanesburgo.
Se não tivessem construído o forte, não trabalharia aqui diz ela.