CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Cientistas chineses criam porcos geneticamente modificados com 'qualidades desejáveis'

Pesquisadores da China dizem que técnica própria pode ser usada para se criar porcos com 'qualidades desejáveis', como carne mais magra e adequação para doação de órgãos a humanos

Por JORNAL DO BRASIL
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Publicado em 19/10/2022 às 21:23

Alterado em 19/10/2022 às 21:23

Produção de suínos em fazenda na região russa de Chelyabinsk Foto: Sputnik / Aleksandr Kondratyuk

Cientistas chineses dizem que combinaram edição de genes e engenharia de embriões em um método seguro e eficaz de modificação de DNA de animais domesticados.

Os pesquisadores criaram um grupo de porcos editados por genes que são imunes a uma doença viral suína cujos sintomas são semelhantes aos da Aids.

A técnica pode ser aplicada para promover outras características desejáveis nos animais, como carne mais magra e adequação para doação de órgãos a humanos, de acordo com a equipe científica, liderada por Hua Jinlian e Wei Hongjiang.

O processo combina edição de genes e engenharia de embriões e fornece uma estratégia segura e eficaz para modificação genética de animais domesticados, escreveram eles, segundo informações do South China Morning Post.

Hua e Wei descobriram uma nova maneira de prevenir a infecção que causa a doença da orelha azul, que pode suprimir o sistema imunológico de suínos e tem alta taxa de mortalidade.

A doença é disseminada e considerada uma das mais caras que afetam a suinocultura. Segundo estimativas, 75% dos rebanhos nos EUA e 80% na China carregam o vírus.

Os cientistas encontraram o fragmento do gene que se liga ao vírus. Em seguida, eles usaram uma enzima para cortar o ponto correspondente no DNA de embriões de porco, resultando em leitões com imunidade ao vírus.

A equipe também cortou genes de crescimento muscular para produzir porcos com carne mais magra.

"Quando a tecnologia estiver totalmente desenvolvida, os pesquisadores poderão implementar outras modificações, como melhorar o metabolismo dos porcos para eliminar ou reduzir o cheiro das fezes, produzir porcos de estimação menores e criar doadores adequados a transplante de órgãos", acrescentaram os pesquisadores.

A China é o maior consumidor de carne suína do mundo, alimentando-se de cerca de 700 milhões de suínos por ano. A pesquisa da equipe pode levar a mais desenvolvimentos na criação de porcos domesticados com múltiplas modificações genéticas a um custo menor. (com agência Sputnik Brasil)

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