Energia escura pode ser criada dentro de buracos negros, revelam astrônomos

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Por JORNAL DO BRASIL

Impressão artística sobre o entorno do buraco negro supermassivo na galáxia NGC 3783

Um grupo de pesquisadores liderado por cientistas da Universidade do Havaí em Manoa (EUA) descobriu a primeira evidência observacional de que os buracos negros são a fonte de energia escura, revela um artigo publicado na The Astrophysical Journal Letters.

Em primeiro lugar, os especialistas estudaram uma série de buracos negros supermassivos, localizados no centro de galáxias antigas e inativas, examinando uma base de dados existente que abrange seus últimos nove bilhões de anos de evolução.

Em vez de a energia escura ser espalhada pelo espaço-tempo, tal como muitos físicos têm considerado, os cientistas sugerem que ela é criada e permanece dentro de buracos negros que se formam nas imensas forças das estrelas em colapso.

"Sugerimos que os buracos negros são a fonte de energia escura", disse Duncan Farrah, astrônomo da Universidade do Havaí. "Esta energia escura é produzida quando a matéria normal é comprimida durante a morte e o colapso de grandes estrelas."

Os buracos negros ganham massa de duas maneiras: acreção de gás e fusão com outros buracos negros. Mas, ao estudar nove bilhões de anos de evolução de buracos negros em galáxias elípticas gigantes adormecidas, os pesquisadores descobriram que os buracos negros mais antigos são muito maiores do que deveriam ser com base nesses dois métodos de crescimento. Isto significa que deve haver outra maneira pela qual esses buracos negros estariam ganhando massa. Pesquisadores sugerem que a resposta é energia escura na forma de energia de vácuo, "um tipo de energia incluída no próprio espaço-tempo [...] [que] afasta o Universo, acelerando a expansão", aponta comunicado.

"Se a teoria se mantiver, então isso vai revolucionar toda a cosmologia, porque finalmente obtivemos uma solução para a origem da energia escura que tem confundido cosmólogos e físicos teóricos por mais de 20 anos", disse o cientista Chris Pearson da STFC RAL Space e coautor do estudo sobre a descoberta.

Em pesquisas recentes, os astrônomos compararam massas de buracos negros em galáxias jovens, onde as estrelas ainda estão se formando, com massas de buracos negros em galáxias gigantes, mas dormentes, onde não nascem mais estrelas. Em galáxias jovens, os buracos negros podem crescer engolindo estrelas próximas e outros materiais, mas nas galáxias mais antigas há pouco para absorver. (com agência Sputnik Brasil)