Método de desvio de asteroide potencialmente mortífero para a Terra é validado por cientistas

...

Por JORNAL DO BRASIL

Impressão artística mostrando a espaçonave ART (Teste de Redirecionamento de Asteroide Duplo, na sigla em inglês) se aproximando do asteroide Dimorphos

Uma série de estudos publicada na revista Nature avaliou a viabilidade de um asteroide ser desviado de seu "destino" terrestre pelo meio usado pela agência norte-americana em setembro de 2022.

Em novembro de 2021, a agência espacial norte-americana Nasa lançou a espaçonave Dart (Teste de Redirecionamento de Asteroide Duplo, na sigla em inglês) em uma missão para colidir com o pequeno asteroide Dimorphos, que orbita uma rocha muito maior chamada Didymos.

A missão era testar se um impacto no asteroide poderia desviar seu caminho o suficiente para ele não atingir a Terra. O Dimorphos tem 170 metros de diâmetro, mas apesar de não ser um asteroide pequeno, não se espera que se aproxime da Terra por mais 100 anos, quando se espera que a tecnologia de defesa terrestre seja aprimorada.

Cinco artigos publicados na quarta-feira (1º) na revista Nature indicam que o experimento foi um sucesso espantoso, e que desviou a órbita de Dimorphos muito além do esperado.

"O impacto do Dart demonstra que a transferência do ímpeto para um asteroide alvo pode exceder significativamente o impulso incidente do impactor cinético, validando sua eficácia para evitar futuros ataques de asteroides à Terra", disse um dos artigos. O estudo verificou a conclusão de uma pesquisa anterior de que a órbita de Dimorphos de Didymos se tornou 33 minutos mais rápida após o impacto, em vez dos sete minutos de aumento que os cientistas esperavam.

"Esta grande mudança de órbita sugere que a ejecta contribuiu com uma quantidade significativa de ímpeto para o asteroide além do que a espaçonave Dart carregava", apontou o segundo artigo sobre a experiencia da Nasa.

Durante semanas após o impacto, que ocorreu em setembro de 2022, os astrônomos rastrearam uma pluma de detritos deixando o Dimorphos, que ficaram para trás e deram ao corpo celeste uma aparência ligeiramente semelhante à de um cometa. Segundo o terceiro e quarto artigos, o impacto diminuiu a massa do asteroide em 0,3% a 0,5%, enquanto o quinto revelou uma perda de massa que afetou seu ímpeto.

Esse último artigo concluiu que o método cinético "demonstra que a tecnologia do impactor cinético é uma técnica viável para potencialmente defender a Terra, se necessário". (com agência Sputnik Brasil)