Japão pede que EUA e China se unam à luta contra aquecimento

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Agência EFE

TÓQUIO - O Japão pediu nesta sexta-feira que Estados Unidos, China, Índia e outros grandes emissores de gases do efeito estufa se unam aos esforços internacionais contra o aquecimento global. O pedido do governo japonês consta de um documento oficial sobre energia, de periodicidade anual e apresentado nesta sexta-feira, um dia depois do anúncio da sua proposta 'Esfriar a Terra 50', para reduzir pela metade a emissão de CO2 na atmosfera até 2050. O Executivo japonês considera imperativo que os países de todo o mundo tomem medidas de economia energética e substituam as suas fontes de energia baseadas no petróleo e carvão por energia nuclear, gás natural e energias de fontes renováveis para deter a mudança climática, segundo informou a agência de notícias 'Kyodo'.

"A luta contra a mudança climática exige que um grande número de países, especialmente os mais poluentes, como EUA e China, cortem substancialmente suas emissões", afirma o estudo publicado pelo Ministério da Economia, Indústria e Comércio. Segundo a agência 'Kyodo', o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, conseguiu o apoio da China e dos EUA para estabelecer um novo acordo internacional em 2012, quando vence o Protocolo de Kyoto. Ele conversou em abril com seu colega chinês, Wen Jiabao, e o presidente americano, George W. Bush.

O projeto 'Esfriar a Terra 50' pretende estabelecer por consenso, e não por imposição, um sistema "flexível e diversificado para que cada país seja capaz de otimizar seus esforços para reduzir as emissões", explicou Abe. Segundo o Governo japonês, muitos países esperam que o Japão exerça uma liderança internacional contra a mudança climática, fornecendo a outras nações, especialmente asiáticas, a sua tecnologia de economia energética, a mais avançada do mundo.

O Japão está disposto a criar um mecanismo financeiro com "substanciais" fundos japoneses para ajudar os países em desenvolvimento a reduzir as emissões. O Protocolo de Kyoto, estipulado em 1997 e em vigor até 2012, exige que os países que ratificaram o acordo reduzam suas emissões de gases numa média de 5,2%, com base nos níveis de 1990. No entanto, o tratado internacional fracassou por não receber o apoio dos principais países poluentes. Só obteve o compromisso das nações responsáveis por 29% das emissões, incluindo União Européia (UE), Rússia e Japão.

Em 2004, o CO2 emitido por EUA, China e Índia representou 43,7% do total mundial. Nenhum dos três países aceitou o Protocolo de Kyoto.