Investimento em energia renovável chega a US$ 100 bilhões, diz ONU

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REUTERS

OSLO - O investimento em energia renovável como a eólica e os biocombustíveis saltou para um patamar recorde de US$ 100 bilhões em 2006 e os temores relacionados ao aquecimento global devem manter crescimento, afirmou nesta quarta-feira um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU). Essa grande quantidade de dinheiro significa que as energias limpas fortaleceram sua imagem quando comparadas com os combustíveis fósseis e parecem fortes o suficiente para sobreviver a uma eventual alta no preço do petróleo, afirmou um estudo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Unep).

- As energias renováveis não estão mais sujeitas aos caprichos do sobe e desce dos preços do petróleo. Elas estão se tornando sistemas de geração de energia sujeitos a serem escolhidos por um número crescente de empresas do setor energético, comunidades e países - afirmou Achim Steiner, chefe do Unep.

O órgão disse que o investimento de capital nas fontes renováveis de energia e em tecnologias capazes de aumentar a eficácia no consumo de energia aumentou 25% em 2006 em relação a 2005, passando de US$ 80 bilhões para 100 bilhões. Esse montante deve subir para cerca de 120 bilhões em 2007. O crescimento "não revela nenhum sinal de enfraquecimento, apesar de se mostrar ainda volátil", disse o relatório.

Segundo Steiner, o documento informa que os setores industriais de países ricos não são mais os principais investidores nas fontes renováveis de energia como a eólica, solar, biocombustíveis, hidráulica ou das ondas. Quase 10% dos investimentos de 2006 foram feitos na China, afirmou Steiner. A Índia ficou com o posto de maior comprador líquido de empresas desse tipo no ano de 2006, com destaque para a aquisição da fabricante de turbinas eólicas Suzlon, que pretende agora abrir seu capital na Europa.

O relatório disse que a preocupação com as mudanças climáticas, o alto preço do petróleo (com média de mais de US$ 60 no ano passado), os esforços para diminuir a dependência da importação de energia e os incentivos governamentais para substituir os combustíveis fósseis tinham alimentado os investimentos. Segundo o documento, preparado pelo Unep junto com o grupo New Energy Finance, o setor de energia eólica havia recebido a maior parte dos investimentos (38% do total), superando o de biocombustíveis (26%) e o de energia solar (16%).

As fontes renováveis de energia são fundamentais na luta contra o aquecimento global, atribuído largamente aos gases do efeito estufa produzidos na queima de combustíveis fósseis.