INPE: carvão vegetal pode ter produção sem danos ao meio ambiente
JB Online
SÃO PAULO - O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais desenvolveu um sistema para que a produção de carvão vegetal seja feita de maneira ecologicamente correta. A solução encontrada elimina a emissão de fumaça dos fornos que produzem artesanalmente carvão vegetal e pode ser uma saída para os pequenos carvoeiros que tiveram seus fechados por não estar de dentro das exigências da legislação ambiental.
Durante a produção do carvão vegetal é liberada uma grande quantidade de gases poluentes e particulados, de forte odor e prejudiciais à saúde. Um dos resíduos é o ácido acético, principal componente do vinagre.
- Dá para eliminar todos os componentes químicos, mas uma possibilidade com este sistema é deixar o ácido acético, porque o mesmo pode ser empregado no combate à dengue - diz Jeronimo Travelho, pesquisador responsável pelo projeto.
O novo forno também aumenta a produtividade ao reduzir o tempo de queima da madeira, isso é possível por ser feito de tijolos e utilizar como combustível gás ou a própria madeira que sobra da produção de carvão.
Com formato semelhante ao forno utilizado pelos carvoeiros, a solução é basicamente composta por dois sistemas: um para queimar os gases emitidos na produção do carvão, e outro para retirar o material particulado resultante do processo. Um protótipo deve ficar pronto em meados de 2009 e estima-se que custará cerca de R$ 2 mil.
- Mais difícil que produzir o novo forno é mudar o atual sistema de produção. Daí a nossa preocupação em construir algo que altere o mínimo possível a rotina do pequeno carvoeiro - comenta o pesquisador.
Atualmente, apenas no município de Salesópolis, em São Paulo, mais de cinco mil famílias dependem da produção do carvão vegetal, segundo estimativas da prefeitura.
As informações são do INPE