Internautas de todo o mundo protestam contra lei antipirataria

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O protesto organizado por milhares de sites contra dois projetos de lei do Congresso dos Estados Unidos sobre a pirataria online ganhou a adesão dos internautas de todo o mundo nesta quarta-feira nas redes sociais. No Facebook e, sobretudo, no Twitter, os críticos da medida repercutiram os protestos virtuais de 10 mil sites, entre eles o Google, Wikipedia, Wordpress e Mozilla.

Nos Trending Topics mundial, os protestos contra as leis, conhecidas como SOPA (Stop Online Piracy Act - Pare a Pirataria Online, em inglês) e PIPA (Protect Intellectual Property Act, ou Lei para Proteger a Propriedade Intelectual) ganharam destaque. Expressões como "Imagine a World Without Free Knowledge" e "End Piracy, not Liberty" ("Imagine o mundo sem o conhecimento livre" e "Fim da pirataria, não da liberdade") figuraram entre os mais comentados.

A hashtag #STOPSOPA, uma das mais usadas pelos internautas, foi postada mais de 28 mil vezes nas últimas 24 horas, além de outros milhares de registros para demais expressões contra a lei.

Entre as principais críticas está a proposta que tornaria os grandes sites responsáveis pelos conteúdos protegidos por direitos autorais compartilhados por seus usuários. Como consequência, sites e blogs poderiam ser tirados do ar caso sejam suspeitos de violação desses direitos. "Se o #SOPA passar (no Congresso), não haverá Youtube, Twitter, Google, Wikipedia, Facebook e muitos outros sites que você ama usar. #PareSOPA" escreveu @Elma_Madero.

"Protestar contra o SOPA/PIPA não significa que você apoia a pirataria. Significa que você é a favor das leis existentes e contra a censura", argumentou @phollows. "SOPA é o equivalente a esmagar a imprensa de Gutenberg", disse @mathewi, que comparou o projeto de lei à prensa móvel criada por Johannes Gutenberg, que viabilizou no século XV a impressão de livros e a criação da imprensa.

Os internautas aproveitaram para pedir pelas redes sociais assinaturas para uma petição contra os projetos. Na contramão aos protestos, as produtoras cinematográficas, editoras, companhias farmacêuticas, entre outros setores, defenderam as leis, e alegaram perder bilhões de dólares por ano devido à pirataria.