Novos casos de hanseníase caem 41% em 10 anos em SP
O número de novos casos de hanseníase no estado de São Paulo diminuiu 41,5% nos últimos 10 anos. É o que aponta o levantamento da Secretaria de Estado da Saúde com base na série histórica feita pela Divisão Técnica de Hanseníase do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) do Estado. Segundo o levantamento, em 2001 foram detectados 3 mil novos casos da doença, enquanto que, em 2011, foram diagnosticados 1.753 novos casos.
Outro número que também apresentou queda foi o de pessoas que se encontram em tratamento da doença. De 5.378 em 2001, o número caiu 2.152 em 2011.
Segundo a diretora da Divisão de Hanseníase do CVE, Mary Lise Marzliak, a queda no número de novos casos da doença na última década se deve, principalmente, ao trabalho intenso das equipes médicas, cada vez mais capacitadas para a detecção precoce, e também ao tratamento integral do paciente com o medicamento PQT (poliquimioterapia), disponibilizado gratuitamente pelo SUS (Sistema Único de Saúde). O período de tratamento varia entre seis meses e um ano.
A hanseníase é uma doença contagiosa causada por um bacilo. A transmissão se dá de uma pessoa doente, que não esteja em tratamento, para outra pessoa saudável, por meio de gotas eliminadas pela fala, tosse ou espirro. O bacilo penetra por meio das vias respiratórias e se instala preferencialmente nos nervos periféricos e na pele. Não se pega hanseníase bebendo no copo ou utilizando o mesmo talher da pessoa com a doença.
Instalado no organismo, o bacilo de Hansen tem a sua produção lenta. Pode demorar de dois a cinco anos para que os primeiros sintomas se manifestem ou, como acontece na maioria dos casos, as pessoas resistem ao bacilo e não adoecem.
Os sintomas dermatológicos e neurológicos da doença facilitam o diagnóstico. Aparecem manchas ou caroços esbranquiçados ou avermelhados na pele e algumas áreas, mesmo sem manchas, não apresentam sensibilidade. Os sinais podem se localizar em qualquer parte do corpo, porém, ocorrem com maior frequência na face, orelhas, costas, braços, nádegas e pernas. Quando não tratada precocemente, a doença pode causar incapacidades ou deformidades no corpo.
"O que muitos pacientes precisam saber é que quanto mais cedo iniciado o tratamento, mais rápida será a cura", conclui Mary Lise.