Pesquisa revela que 25% das mães brasileiras sofrem com depressão pós-parto
A maternidade é um dos momentos mais esperados na vida de muitas mulheres. A chegada de um bebê traz mudanças em todos os sentidos e, junto com a felicidade do nascimento, vem também o aumento das responsabilidades e uma nova rotina para a família. Esta nova realidade, com todas as suas demandas e pressões, pode afetar a saúde da mulher, gerando transtornos como a depressão pós-parto.
Uma pesquisa da Fiocruz mostrou que, no Brasil, 25% das mães sofrem com a doença. De acordo com o psicólogo Rogério Barros Terto, a depressão pós-parto está ligada a mais de um fator.“A baixa autoestimada mulher, que é muito citada em pesquisas deste tipo, pode ser, sim, um dos pontos que contribuem para o problema.Mas, além disso, também podemos citar a falta de apoio adequado à mãe, a idade e a situação econômica do casal, e até outros eventos relacionados a eles, como,por exemplo, se a gravidez foi planejada pelos dois. É uma combinação muito grande de estresse e ansiedade”, afirma Terto.
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), dão conta de que a média de casos da doença em países de baixa renda é de 19,8%, sendo o perfil mais comum mulheres de 25 anos e da cor parda. Além disso, a maioria delas tem antecedente de transtorno mental, hábitos não saudáveis, não planejaram a gravidez e possuem outros filhos. A média de casos de depressão, aliás, aumenta de acordo com a quantidade de crianças em casa. Enquanto 20,5% das mães de primeira viagem apresentam sintomas, a taxa do distúrbio salta para 30,6% no segundo e bate 39,8% no terceiro.
Ainda de acordo com o estudo da Fiocruz, no Brasil, o índice, que está acima da média mundial, é maior do que o registrado também em países da Europa, além de Estados Unidos e Austrália.
Sintomas como fadiga e perda de interesse pelas atividades cotidianas do bebê são fortes indicativos de que algo não vai bem.Segundo Carla Uyara, coach formada pela Febracis (Federação Brasileira de Coaching Integral Sistêmico), esses fatores,quando detectados, devem ser trabalhados sempre com o apoio das pessoas que cercam a mamãe. “É importante que a mamãe aprenda a respeitar o tempo dela e a exercitar a consciência de que esse período, por mais trabalhoso que seja, é apenas uma fase. Além disso, é fundamental o apoio do companheiro e dos familiares, visto que o propósito maior desse momento é a construção de uma família.”, finaliza Uyara.