Especialista fala sobre retinopatia diabética

OMS diz que doença atinge mais de 75% das pessoas com diabetes há mais de 20 anos

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Em novembro é comemorado o Dia Mundial do Diabetes, doença que atualmente atinge 14,3 milhões de pessoas no Brasil. Mas metade desses pacientes não sabem que possuem a doença, o que dificulta o acesso ao tratamento. Quando não acompanhado devidamente, o diabetes pode causar uma série de complicações, dentre elas, uma das mais frequentes é a retinopatia diabética. O problema ocular acontece porque a alta de glicose no sangue lesa os vasos sanguíneos, dentre eles os da região dos olhos. Com o enfraquecimento nas paredes da retina, deformidades conhecidas como micro-aneurismas, podem se romper ou deixar extravasar sangue, causando hemorragia e infiltração de gordura. Por isso, os diabéticos apresentam um risco de perder a visão 25 vezes maior do que qualquer um.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, a retinopatia diabética, atinge mais de 75% das pessoas  que têm diabetes há mais de 20  anos. O controle cuidadoso da glicose, com uma dieta adequada e acompanhamento médico, é a principal forma de evitar esse problema. 

Existem dois tipos de retinopatia diabética: exsudativa e proliferativa. Em ambos os casos, pode-se ter uma perda parcial ou total da visão. A retinopatia exsudativa ocorre quando as hemorragias e as gorduras afetam a mácula, estrutura anatômica muito nobre situada na região central da retina, que é necessária para visão, usada para leitura. Já a retinopatia proliferativa surge quando a doença dos vasos sanguíneos progride, o que ocasiona a proliferação de novos vasos que são chamados “neovasos”. Estes neovasos são extremamente frágeis e também podem sangrar. Além do sangramento, podem se espalhar para o interior dos olhos, causando graus variados de destruição da retina e dificuldades de visão, e causar cegueira em consequência de um deslocamento. 

A principal forma de evitar a retinopatia diabética é ter um controle cuidadoso da doença com uma dieta adequada, uso de pílulas hipoglicemiantes, insulina ou com uma combinação destes tratamentos, que são prescritos pelo médico. Existe também um tratamento chamado fotocoagulação, no qual pequenas áreas da retina doente são cauterizadas com raio laser na tentativa de prevenir o processo de hemorragia. O ideal é que esse procedimento seja feito no início da doença, possibilitando melhores resultados, e é de extrema importância que a consulta ao oftalmologista seja periódica.

Dr. Homero Gusmão de Almeida, presidente do Conselho Brasileiro de Oftalmologia falou:

“Todo mundo conhece alguém com diabetes, mas o que pouca gente sabe é que essa doença afeta diretamente a saúde dos olhos. É importante os diabéticos ficarem sempre atentos com qualquer mudança na visão e fazer acompanhamento frequente com oftalmologista, além de ter uma reeducação alimentar para melhorar os níveis de açúcar no sangue e manter um rigoroso controle do diabetes”, diz Homero Gusmão, presidente do Conselho Brasileiro de Oftalmologia.