Cuidado! Doença de cervos 'zumbi' poderia se espalhar a seres humanos
Em 24 estados dos EUA e províncias do Canadá foram registrados casos de caquexia crônica em cervos, alces e uapitis silvestres, informou o Centro para Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC, da sigla em inglês). Essa doença neurológica mortal é também conhecida como doença de cervos "zumbi".
Segundo o The New York Post, esse transtorno afeta o cérebro e a medula espinal, provocando forte perda de peso e de coordenação, bem como comportamento agressivo dos animais.
Identificada pela primeira vez no fim da década de 1960 em um cervo do Colorado, a caquexia crônica estava se espalhando lentamente para outros lugares e atualmente já foi registrada em 251 condados e 24 estados dos EUA. O CDC assinalou que a doença já atingiu o Canadá, a Noruega, Finlândia e Coreia do Sul.
Mesmo que não se conheçam casos dessa condição mortal entre seres humanos, alguns especialistas estão expressando a sua preocupação de que possa afetá-los também.
Assim, os cientistas da Universidade de Minnesota suspeitam que a doença pode vir a ser um problema de saúde pública. Michael Osterholm, especialista dessa entidade opina que "é provável que nos próximos anos se documentem casos de seres humanos com caquexia crônica, ligados ao consumo de carne contaminada". Segundo Osterholm, o número de tais casos poderia ser significativo, indo além de eventos isolados.
O especialista comparou a doença com a encefalopatia espongiforme bovina, conhecida também como doença da vaca louca, ressaltando que durante algum tempo as pessoas não acreditavam que pudesse se espalhar entre os seres humanos.
Acredita-se que a caquexia crônica se transmite através de proteínas chamadas de priões nos fluídos corporais, produzidas pela saliva, sangue ou urina e que podem permanecer no ambiente por muito tempo, segundo The New York Post. Não existe vacina ou cura para essa doença e seus sintomas podem aparecer apenas passado um ano depois da contaminação.
O estudo canadense demonstrou que macacos alimentados com carne infetada pela caquexia crônica desenvolvem a doença.